A proposta de Orçamento de Estado para 2011 apresentada pelo Governo estipula a extinção da Sociedade Metro Mondego (MM) e a sua integração na Refer.
Álvaro Maia Seco, presidente da Metro Mondego e vereador na Câmara de Coimbra eleito pelo Partido Socialista, anunciou neste domingo a sua demissão, em discordância com a extinção da MM, criticou duramente o Governo e alerta que o projecto está “ferido de morte”.
"De uma forma incompetente, irresponsável e cínica e demonstrando um total desrespeito pelos cidadãos da Lousã, Miranda do Corvo, e genericamente pelos cidadãos da província, o Governo feriu de morte o projecto do metro ligeiro do Mondego", declarou o presidente da MM.
Considerando que a Refer “não tem nenhuma vocação para implementar e muito menos gerir um sistema deste tipo”, Álvaro Maia Seco sublinha que a extinção da MM "só não é incompreensível se houver uma intenção clara de acabar com a implementação na região de Coimbra de um sistema integrado de mobilidade suburbana e urbana baseado na ferrovia ligeira".
O presidente da MM considera que "não se podendo ignorar a grave crise económico-financeira em que vivemos, o PEC não pode ser 'cego' e justificar tudo, e neste caso pôr em causa um projecto fulcral para Coimbra", no qual “já foram investidas muitas dezenas de milhões de euros".
A sociedade Metro Mondego foi criada em 1996 e é constituída pelos accionistas Estado (53%), municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo (14% cada), REFER e CP (2,5% cada). No entanto, apesar da sociedade ter 14 anos de existência, o projecto tem sido sucessivamente adiado (leia a propósito a opinião de Marisa Matias) e as obras apenas arrancaram no início deste ano no ramal da Lousã, entre Serpins e Alto de São João (Coimbra), com duas empreitadas superiores a 50 milhões de euros.