Precários do MAAT denunciam falsos recibos verdes

08 de fevereiro 2023 - 16:38

Na quinta-feira, o grupo de trabalhadores vai manifestar-se à porta do museu. Acusam a instituição de manter trabalhadores a recibos verdes apesar de assinarem ponto, terem farda, receberem ordens da chefia e terem escalas e horários definidos.

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MAAT. Foto de Daniela Goulart/Flickr.
MAAT. Foto de Daniela Goulart/Flickr.

Os trabalhadores precários do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, de Lisboa, marcaram um protesto em frente à instituição esta quinta-feira. Denunciam a existência de “falsos recibos verdes” dos assistentes de sala.

A sua porta-voz, Marta Antunes, informou a Lusa de que esta equipa tem 26 trabalhadores “que são falsos recibos verdes”. Isto porque “assinamos ponto, temos uma farda fornecida pelo museu, recebemos ordens diretas de uma chefia e temos escalas e horários definidos. Tudo características de vínculo contratual”, sublinha.

Conta ainda que a maioria destes trabalhadores trabalham para o museu há perto de um ano e meio, dois anos. Mas no grupo há também “pessoas a trabalhar há cinco anos, sem interrupções”. Razões que os levam ao protesto desta quinta-feira. Miguel Condeça que também faz parte do grupo que o convocou diz que sentem “grande necessidade de fazer isto” e que querem “mudar a precariedade que se vive na Cultura em Portugal”.

Sentimentos e razões que parecem ser partilhados por outros trabalhadores do Museu que preferem não ser identificados por medo de serem despedidos. A agência noticiosa nacional deu voz a um deles que falou sob anonimato. Diz que tem um contrato de prestação de serviços, apesar de ter de estar todos os dias nos escritórios, responder a uma chefia, ter equipamento de trabalho da empresa, horário certo e obrigação de marcação de férias. Só que ao contrário de quem está nos quadros, as suas férias “não são pagas”.

Avança que outros seis, que não são assistentes de sala, estão igualmente na sua situação e que quando assinou o primeiro contrato de prestação de serviços fê-lo “com expectativa de passagem para os quadros da fundação”.

O conselho de administração da Fundação EDP, detentora do espaço, apenas respondeu à Lusa que “a atuação da Fundação EDP [se] pauta por uma cultura ética de responsabilidade social e empresarial, em estrito respeito pelos direitos das pessoas”.