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Podemos: “Se nos ameaçam a vida, tiremos-lhes o poder”

Marisa Matias e Alexis Tsipras intervieram no enceramento do primeiro congresso do Podemos, que confirmou a liderança de Pablo Iglesias no partido que promete rebentar com a alternância entre PP e PSOE nas próximas eleições.
Marisa Matias no congresso do Podemos

A eurodeputada do Bloco falou em nome do Grupo Unitário da Esquerda (GUE/NGL) na abertura da Assembleia Cidadã que se realizou este sábado em Madrid. Trata-se do encerramento do processo que decorreu nos últimos meses, com a discussão das várias propostas de estratégia política e organizativa e a eleição esta semana da direção do novo partido.

“Frente aos poderosos, é no Sul da Europa que a luta pela dignidade os está a pôr nervosos. Andam muito nervosos na Grécia, estão todos muito nervosos em Espanha. Que continuem nervosos, têm boas razões para isso. Têm de perceber de uma vez por todas que estamos fartos, que não somos colónias das grandes empresas, dos fundos de investimento ou mesmo da sra. Merkel. Já basta!”, afirmou Marisa Matias no seu discurso.

“No Sul da Europa sentimos por fim que algo está a mudar, que a esperança regressou, que se pode caminhar com orgulho”, prosseguiu a eurodeputada bloquista, elogiando o trabalho dos seis eleitos do Podemos no Parlamento Europeu. “Como cantaria um cantautor português, os deputados do Podemos sabem que só pode haver liberdade a sério quando houver paz, pão, habitação, saúde e educação para todos”, concluiu Marisa Matias.

Tsipras: “O medo mudou de lado”

Outra das intervenções internacionais foi a de Alexis Tsipras, líder do Syriza e apontado como o próximo primeiro-ministro grego. “Já é claro que juntos podemos, na Grécia como em Espanha. Vamos mudar o caminho da Europa e parar a austeridade destrutiva”, prometeu Tsipras. “O medo mudou de lado, já não está no nosso lado. Já não nos perguntam o que vai fazer o Syriza quando a Merkel nos disser que não. Agora perguntam a Merkel o que vai fazer quando a Grécia e a Espanha tiverem governos populares e justos”, prosseguiu o líder do Syriza, antes de destacar o papel da contestação nas praças de Madrid e Atenas para a construção de uma alternativa às políticas de austeridade.

Tsipras propôs ainda uma conferência europeia para a restruturação da dívida dos países do sul, como fez a Alemanha na década de 50. “A Alemanha não pode negar à Europa o que esta lhe deu de forma tão generosa naquela época”, defendeu, propondo ainda um “New Deal europeu” para fomentar o investimento público.

O encerramento da Assembleia Cidadã começou com o anúncio dos resultados da votação para a secretaria-geral, o Conselho Cidadão e a Comissão de Garantias Democráticas. Dos 942 candidatos ao Conselho Cidadão, o mais votado teve mais de 90 mil votos e Pablo Iglesias foi eleito secretário geral com mais de 95 mil votos. Para além de Marisa Matias e Alexis Tsipras, a sessão de encerramento contou com a intervenção do novo secretário-geral Pablo Iglesias.

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