Pablo Iglesias: “O Podemos é o resultado do fracasso do regime”

15 de novembro 2014 - 12:55

O líder do Podemos encerrou o congresso do partido com um discurso contra a corrupção e a desigualdade. “O medo mudou de lado, mas o sorriso também”, anunciou Iglesias, confiante no apoio popular ao projeto do Podemos.

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Pablo Iglesias no encerramento da Assembeia Cidadã do Podemos.

No encerramento da Assembleia Cidadã foram anunciados os resultados da votação para a secretaria-geral, o Conselho Cidadão e a Comissão de Garantias Democráticas. Dos 942 candidatos ao Conselho Cidadão, o mais votado teve mais de 90 mil votos e Pablo Iglesias foi eleito secretário geral com mais de 95 mil votos.

“Perguntam-nos sobre as medidas económicas que vamos tomar. Para ganhar as próximas eleições, vamos convocar os melhores economistas do país para elaborar um programa que sirva para responder aos problemas do país”, no sentido da restruturação da dívida, aposta na economia verde, apoio a cooperativas e uma reforma fiscal para atacar a fraude taxar os mais ricos. Até porque “os países mais prósperos são os mais igualitários”, rematou Iglesias.

Pablo Iglesias começou o seu discurso por agradecer a presença dos convidados internacionais, entre os quais a coordenadora bloquista Catarina Martins. “Será uma honra para mim participar no vosso Congresso para a semana”, disse Iglesias, que na próxima sexta-feira participa no comício internacional “Unidos contra a Austeridade” em Lisboa.

“O caminho que fizemos até agora foi muito difícil. Mas as verdadeiras dificuldades começam agora. E quando ganharmos as eleições no ano que vem, as verdadeiras dificuldades começam aí. Não temos medo”, afirmou Iglesias. Para o líder do Podemos, “não é só o medo que mudou de lado. O sorriso também está a mudar de lado. E sempre que nos insultarem, mentirem, difamarem, sorriam porque vamos ganhar”, afirmou entre aplausos.

Iglesias defendeu que o Podemos “é o resultado do fracasso do regime, dos oligarcas, desses velhos de coração velho que diziam que não se podia. E nós respondemos: claro que podemos”.

Num discurso marcado por apelos à união dos povos do Sul da Europa, os casos recentes de corrupção não foram esquecidos. Mas para Iglesias, “a corrupção não são os casos que têm vindo a lume, isso é a ponta do iceberg. A corrupção é o regime que permite que 15 pessoas tenham a mesma riqueza de 14 milhões”.

Em seguida, o líder do Podemos elencou alguns dos dados que mostram o aumento da desigualdade, da destruição dos serviços públicos, dos despejos, da emigração e do desemprego. “Isso é que dá medo, não é o voto no Podemos”. “Perguntam-nos sobre as medidas económicas que vamos tomar. Para ganhar as próximas eleições, vamos convocar os melhores economistas do país para elaborar um programa que sirva para responder aos problemas do país”, no sentido da restruturação da dívida, aposta na economia verde, apoio a cooperativas e uma reforma fiscal para atacar a fraude taxar os mais ricos. Até porque “os países mais prósperos são os mais igualitários”, rematou Iglesias.

A recente consulta na Catalunha na qual o Podemos foi acusado de não ter sentido de voto, também foi referida no discurso:  “Espanha é um país de países, um país de nações. Defendemos o direito a decidir e por isso apostamos num processo constituinte”, defendeu Iglesias. O discurso terminou com todo o Conselho Cidadão em cima do palco a cantar “Todo cambia”, de Mercedes Sosa.