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Plano de Desenvolvimento Rural foi um "fracasso" para a agricultura de proximidade

A associação ambientalista ZERO e a Regenerar criticam a aplicação de fundos para o apoio à criação de circuitos curtos agroalimentares e à agricultura de proximidade.
Foto de Wagner T. Cassimiro "Aranha" | Flickr

Um comunicado da associação ZERO, citado pela agência Lusa, mostra o balanço feito com a Regenerar - Rede Portuguesa de Agroecologia Solidária aos apoios disponibilizados pela Autoridade Gestão do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR 2020) no âmbito da iniciativa “Cadeias Curtas e Mercados Locais”.

O documento conclui que "grande parte das verbas foram atribuídas para a construção e reabilitação de mercados municipais ou das freguesias, em detrimento de verdadeiros projetos de implementação de cadeias curtas e de promoção de uma agricultura de proximidade”.

Para a ZERO, “teria sido importante que os apoios financeiros apoiassem projetos capazes de fortalecer as relações entre agricultores e consumidores, incluindo a partilha do risco, mas não é isso que está a acontecer”.

“Ao invés, a aposta é de sentido único: 82% do total das verbas (61 projetos aprovados) foi gasto em infraestruturas de circuitos curtos tradicionais, reabilitando ou construindo novos mercados locais geridos por municípios ou freguesias”, apontam.

A ZERO assume que é mais fácil para as autarquias fazer obra, mas disponibilizar tão pouca verba para os circuitos curtos inviabiliza as alternativas aos modelos de comercialização que prejudicam o agricultor.

A maior parte dos beneficiários do PDR 2020 foram pequenos agricultores (84 projetos), cujo apoio era referente às deslocações aos mercados.

Só 7 projetos e 5% das verbas atribuídas é que foram para organizações representativas dos produtores, o que se traduz numa ausência de trabalho de proximidade destas entidades.

A associação considera que “já é evidente o fracasso do PDR2020 na implementação de uma das medidas que mais expectativa geraram na sociedade civil, em particular no reforço da economia das comunidades rurais e periurbanas”.

A ZERO e a Regenerar defendem que “seja dado um enquadramento sério à agricultura de proximidade” no que resta do atual PDR2020 e no período de transição para o próximo quadro comunitário.

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