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Passos Coelho não "tinha consciência" que devia pagar à Segurança Social

Catarina Martins acusa o primeiro-ministro de ser “caloteiro para com a Segurança Social”. A porta-voz bloquista recorda que “o mesmo primeiro-ministro que tem perseguido os falsos recibos verdes e chamado piegas a quem recebe 500 euros” não cumpriu com as suas obrigações.
Foto de Mário Cruz/Lusa.

“O Bloco foi o primeiro partido a chamar a atenção para que não é aceitável que um primeiro-ministro tenha fugido às suas obrigações para com a Segurança Social. Não aceitamos que se esconda atrás do ministro [da Segurança Social] Mota Soares e não venha dar explicações. Dia 11 de março há debate quinzenal. Não posso crer e o país não pode aceitar que até lá não tenha dado todos os esclarecimentos sobre este caso", afirmou Catarina Martins, numa conferência de imprensa na sede nacional da Rua da Palma.

Passos Coelho, em resposta ao jornal Público, declarou nunca ter sido notificado da dívida em causa, que prescreveu em 2009, adiantando que, em 2012, quando confrontado com dúvidas sobre a sua situação contributiva, o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa lhe indicou que tinha em dívida 2.880,26 euros, acrescidos de juros de mora - dívida que, apesar de prescrita, poderia ser paga "a título voluntário e a qualquer momento".

“O primeiro-ministro ganhava 7.000 euros por mês e fugiu a uma contribuição de 100 euros. Foi caloteiro para com a Segurança Social. É o mesmo primeiro-ministro que tem perseguido os falsos recibos verdes e chamado piegas a quem, recebendo 500 euros, não é capaz de pagar obrigações muito mais altas do que as que lhe eram devidas na altura”, assinalou Catarina Martins.

Esta segunda-feira de manhã, numa visita ao, Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas, em Lisboa, Passos Coelho disse que não “tinha consciência que essa obrigação era devida”, em referência ao facto de não ter pago qualquer contribuição à Segurança Social entre 1999 e 2004.

“Não é o Bloco de Esquerda que precisa de explicações, nem a Assembleia da República, é todo um país que paga as suas obrigações à Segurança Social e ao Fisco”.

“É todo um país em que pessoas que tiveram quebras salariais tão assinaláveis, em que tantas pessoas estão em precariedade laboral extrema, estão a ser perseguidas com as multas da Segurança Social. Este país precisa de uma resposta”, afirmou a deputada bloquista.

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