Os resultados preliminares do estudo do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês) sobre o impacto da pandemia nas mulheres, citados pela agência Lusa, revelam que as oportunidades de emprego para as mulheres “diminuíram desproporcionadamente” e apontam que esta realidade tem “um efeito a longo prazo potencialmente maior”.
“Manter o emprego está a ser especialmente difícil para as mulheres”, escreve o EIGE. O estudo reflete já uma prevalência de desigualdade de género elevada nas jovens mulheres (15 aos 24 anos), nas mulheres com menos qualificações e nas mulheres estrangeiras.
O EIGE lembra que as necessidades de emprego no segundo semestre de 2020 eram de 16,9 por cento para as mulheres e de 12,5 por cento para os homens e assinala que há uma percentagem maior de mulheres em teletrabalho: 45%, face a 30% de homens. Ainda que o Instituto identifique alguns potenciais aspetos positivos deste regime, associados a “um aumento da flexibilidade e potenciais novas dinâmicas de género na divisão de tarefas domésticas e de cuidado”, alerta para os “obstáculos à progressão na carreira, efeitos psicológicos e aumento da violência doméstica”.
Os resultados preliminares referem também a existência de mais mulheres do que homens em trabalhos não convencionais. Tal traduz-se num maior risco de perda de emprego e de reduções salariais. Bem como de uma proteção social insuficiente ou até mesmo inexistente.
Além disso, “as mulheres desempregadas tendem a ficar inativas muito mais do que os homens [na mesma situação]”, lê-se no documento divulgado.