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Oeiras: maioria impede especialista de falar em debate sobre inundações

Em violação do regulamento da Assembleia Municipal, a presidente deste órgão, eleita pela lista de Isaltino Morais, impediu um geógrafo convidado pela coligação Evoluir Oeiras de dar o seu contributo para o debate que se realiza esta terça-feira.
Bombeiros retiraram a água que inundou o acesso à estação da CP de Algés em dezembro. Foto Manuel de Almeida/Lusa

Esta terça-feira, dia 14 de fevereiro, o Grupo Político Evoluir Oeiras leva a Assembleia Municipal de Oeiras a debater as inundações que assolaram o Município no passado mês de dezembro. Ante a relutância da maioria afeta a Isaltino Morais, o grupo Evoluir Oeiras usou o seu direito potestativo anual para agendar este debate. Mas a sua concretização também sofreu obstáculos por parte da maioria.

Os pedidos do grupo Evoluir Oeiras para que a reunião da Assembleia Municipal que tem este debate como ponto único se realizasse em horário pós-laboral, de forma a que mais munícipes pudessem participar, e se realizasse em Algés, a localidade mais afetada pelas inundações de dezembro, foram rejeitados pela presidente da Assembleia Municipal, Elisabete Oliveira, acusa a coligação em comunicado.

Também o direito previsto no Regimento da Assembleia Municipal de convidar especialistas para participar no debate foi negado pela presidente, "sem qualquer fundamentação", aponta a coligação formada por cidadãos independentes do Movimento Evoluir Oeiras,  Bloco de Esquerda, Livre e Volt, que elegeu a vereadora independente Carla Castelo. Para intervir neste debate, o grupo político indicou o geógrafo José Luís Zêzere, catedrático do IGOT da Universidade de Lisboa, diretor do Centro de Estudos Geográficos e membro de várias entidades nacionais e internacionais de avaliação de riscos geomorfológicos.

O grupo político Evoluir Oeiras lembra que as inundações de dezembro provocaram uma morte, dezenas de pessoas desalojadas e cerca de 16 milhões de euros em prejuízos e que a resposta de Isaltino Morais foi de que o sistema de drenagem "funcionou muito bem" e que a culpa da gravidade das inundações era “das folhas, que este ano (2022) caíram mais tarde por causa das alterações climáticas”. Do milhão e meio de euros que a Câmara anunciou em apoios aos comerciantes afetados, apenas foram adjudicados 65 mil euros até ao momento, acrescenta a coligação.

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