Autárquicas

“O Seixal precisa de se reinventar e olhar para o futuro”

09 de outubro 2025 - 15:19

A coligação Liberdade junta no Seixal o Bloco de Esquerda e o Livre para as eleições de domingo. Nesta entrevista com Nurin Mirzan, a candidata à Câmara resume os temas fortes da campanha.

PARTILHAR
Nurin Mirzan
Nurin Mirzan em campanha. Foto Bloco de Esquerda/Seixal

Nurin Mirzan cresceu no Seixal e licenciou-se em gestão de informação. Nestas autárquicas encabeça a lista para a Câmara seixalense da coligação Liberdade, que junta o Bloco de Esquerda e o Livre, partido de que faz parte. O Esquerda.net conversou com a candidata sobre o balanço dos últimos anos da gestão da CDU e as ideias que a coligação Liberdade traz à campanha.


Que balanço fazes dos últimos quatro anos de governação do Seixal?

A CDU já está a governar há bastante tempo e apesar de haver respeito pelo trabalho feito, ficou aquém das expetativas. O que fica mais patente é a dificuldade que o executivo atual tem em assumir a responsabilidade enquanto poder local. A coisa que mais ouvimos ao longo dos últimos quatro anos, em resposta a qualquer questão ou desafio colocado, no que diz respeito à habitação ou à saúde ou mesmo a questões locais, é que isso não é da competência do poder local mas do Estado central. Em muitas coisas isso pode ter uma parte de verdade, mas não nos podemos demitir das nossas responsabilidades e a CDU tende a cair para esse lado.

À semelhança do resto do país, o Seixal tem uma emergência na habitação. O Seixal precisa de se reinventar e olhar para o futuro e não é com a CDU que isso vai acontecer. É a coligação Liberdade que está a apresentar uma verdadeira alternativa de progresso e de futuro, ecologista. O executivo está a dar via verde a construções que só alguns conseguem pagar e a atropelar zonas protegidas ao longo desse processo.

Quais as perspetivas para os próximos quatro anos e qual a diferença que pode fazer uma vereadora da coligação?

Podemos garantir que questões como a habitação e a mobilidade são colocadas no centro, a par de respostas ambiciosas como um plano municipal para habitação, apoiar o cooperativismo, aumentar o parque habitacional público, investir na eficiência energética das casas. Por outro lado, a mobilidade é neste momento uma grande preocupação dos seixalenses e tem de ser das primeiras coisas a tratar. Não faz sentido nenhum que as pessoas tenham de demorar uma hora e meia a deslocarem-se de casa para o trabalho e vice versa, tendo em conta que muitos dos habitantes trabalham em Lisboa. Mesmo dentro do próprio concelho a mobilidade não é acessível e nós sabemos que melhor mobilidade significa liberdade de escolha. Queremos garantir que a expansão do Metro Sul do Tejo é feita e irá chegar às outras freguesias do Seixal e que o plano ciclável saia do papel e exista uma rede de ciclovias segura e contínua.

Que propostas traz a coligação no tema da ecologia aqui no Seixal?

O Seixal tem um património natural biológico incrível, cerca de 10% do concelho é reserva ecológica nacional e isto deve ser valorizado, com aposta em medidas estruturais e de longo prazo. Queremos criar um plano municipal de arborização. Os anos vão ficar cada vez mais quentes e durante mais tempo e temos de garantir que colocamos mais árvores nas ruas para que haja sombra e as pessoas consigam andar na rua com qualidade. Queremos também criar uma estratégia municipal de biodiversidade, olhar para o concelho e para todos os refúgios de biodiversidade que tem e garantir que isso é valorizado e que estes espaços são capacitados com meios humanos para serem cuidados, e garantir também que existe investimento em investigação científica aqui no Seixal.