Na quarta-feira de manhã, Fatima Hassouna foi morta por um bombardeamento israelita que tinha como alvo a sua casa, em Gaza City. A sua família morreu também. Famosa pela sua documentação do genocídio palestiniano levado a cabo por Israel, Fatima tinha o seu casamento marcado para a próxima semana e documentário Put Your Soul on Your Palm and Walk (traduz-se mais ou menos para Põe a Tua Alma na Sola e Caminha), onde Fatima é personagem central, tinha acabado de ser anunciado como selecionado para o Festival de Cinema de Cannes.
Seis dos seus irmãos morreram no ataque, e os pais ficaram feridos. O seu pai está em condição crítica. Hassouna já tinha perdido vários membros da sua família em ataques israelitas, que mataram 51 mil pessoas desde outubro de 2023.
Palestina
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A fotojornalista era licenciada pela Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Gaza e tinha vindo a retratar o massacre que as forças militares israelitas têm levado a cabo na Palestina e em concreto em Gaza. Horas antes de ser morta, Hassouna publicou uma fotografia do pôr do sol na sua varanda, com a descrição: “Este é o primeiro pôr do sol desde há muito tempo”.
Tinha já escrito sobre a “morte inevitável” que “se eu morrer, quero uma morte barulhenta, não me quero numa notícia de última hora, ou num número com um grupo, quero uma morte que seja ouvida pelo mundo, um rasto que dure para sempre, e imagens imortais que nem o tempo nem o espaço possam enterrar. ”
Desde o início do extermínio em Gaza, a Federação Internacional de Jornalistas estima que pelo menos 157 jornalistas e trabalhadore de órgãos de comunicação social tenham sido assassinados. Outros relatórios apontam a morte de mais de 200.