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Nesta altura, aumenta o número de animais selvagens envenenados

Segundo a Liga para a Proteção da Natureza, o envenenamento de animais selvagens aumenta nesta época do ano. Entre 2013 e 2019, onze águia-imperiais-ibéricas foram encontradas mortas, muitas delas no Baixo Alentejo.
Águia-imperial Ibérica.
Águia-imperial Ibérica. Foto de Muchaxo/Flickr.

Em nota publicada no seu site, a Liga para a Proteção da Natureza alerta para um aumento do envenenamento de animais selvagens no princípio do ano, entre janeiro e março. É aquilo a que chama um “pico de veneno”.

A Liga para a Proteção da Natureza informa ainda que, entre 2013 e 2019, 11 águia-imperiais foram mortas por envenenamento. A grande maioria na região do Baixo Alentejo. Em 2015, também um lince-ibérico foi morto por envenenamento nesta zona.

No seu balanço a organização refere que “no nosso país estão registadas cerca de 40 espécies selvagens afetadas pelo veneno, incluindo 4 espécies criticamente em perigo”. Entre as espécies mais ameaçadas encontram-se as necrófagas, aquelas que se alimentam de cadáveres de outros animais, como é o caso da águia-imperial-ibérica. Também há casos de morte por envenenamento de espécimes do lobo-ibérico e do lince-ibérico, o que põe em causa a sua sobrevivência assim como “o estado de equilíbrio dos ecossistemas”.

Os ambientalistas alertam que “esta prática ilegal” afeta ainda os animais domésticos, “podendo mesmo afetar acidentalmente seres humanos”. Para além disso, “constitui um grave problema de saúde pública ao nível da contaminação dos solos, dos recursos hídricos e mesmo de culturas alimentares, já que alguns tóxicos podem permanecer no meio ambiente durante longos períodos em doses suficientemente altas para serem perigosas”.

A LPN manifesta-se “empenhada na luta contra esta prática ilegal” e que “está referida como uma importante causa de extinções e graves diminuições de populações de animais selvagens em várias partes do mundo.”

A LPN divulga desta forma o seu projeto LIFE Imperial, no âmbito do qual foram criadas sete equipas cinotécnicas da GNR para detetar venenos e patrulhar os campos. “Nas mais de 1100 patrulhas foram já detetadas 29 ocorrências”, escrevem. O projeto monitoriza e acompanha as populações de águias-imperiais no país.

Os ambientalistas apelam ainda à “atenção e colaboração de todos na deteção de possíveis casos”: “se se encontrar na presença de um animal envenenado, ou supostamente envenenado, contacte imediatamente o SEPNA/GNR através da linha SOS Ambiente (808200520) e siga as instruções dadas pelas autoridades. É extremamente importante informar sobre a existência de animais vivos e permanecer no local até à chegada das autoridades, e nunca deve tocar nos cadáveres ou iscos nem deixar que outras pessoas se aproximem do local”.

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