Na semana passada foi dado a conhecer o valor da penalização atribuída ao Pingo Doce por ter vendido, durante o feriado do 1º de maio, produtos a preço inferior ao seu custo de produção. A cadeia de supermercados foi multada em cerca de 30 mil euros pela prática de 15 contra ordenações.
Este valor, o mais elevado atualmente permitido, equivalente à aplicação de duas sanções máximas, no valor de 15 mil euros, poderá ser saldado pelo grupo Jerónimo Martins com o valor resultante das vendas efetuadas no espaço de menos de dois minutos.
No ano passado, registaram-se 33 condenações, correspondentes a coimas no valor de 357 mil euros, segundo adianta o jornal i, o que constitui o valor mais baixo desde 2008.
Até maio deste ano, já foram abertos 58 processos por vendas com prejuízo, conforme dados da AdC citados pelo jornal Público.
Tendo em conta que os grupos Jerónimo Martins e Sonae faturaram, em 2010, cerca de 8755 milhões de euros, o equivalente a uma faturação média de dois milhões de euros por hora, seriam necessários menos de trinta minutos de vendas para que estes dois grupos pudessem liquidar a totalidade das coimas aplicadas no ano passado.
A Centromarca, associação de empresas fornecedoras, considera que o valor insignificante das penalizações financeiras aplicadas às grandes empresas de distribuição não são dissuasoras das práticas desleais e restritivas do mercado, chegando mesmo a beneficiar o infrator.