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Mineiros das Astúrias iniciam marcha de 19 dias a pé

Nesta sexta feira, 22 de junho de 2012, teve início a “marcha do carvão” dos mineiros das Astúrias, que durante os próximos 19 dias irão a pé até Madrid. A marcha é, no início, composta por três colunas que iniciaram o seu percurso nesta sexta feira. Uma coluna com 80 mineiros partiu de Mieres nas Astúrias, outra coluna também com 80 mineiros partiu de Villabino (35) e de Bembibre (35) em Castela e Leão, e uma terceira coluna com 46 mineiros partiu de Andorra (Aragão).
Segundo a informação do site da federação da indústria das Comisiones Obreras (e da página no facebook) na coluna que partiu de Mieres os 80 mineiros estão a ser acompanhados pelo secretário geral da federação da indústria das CC OO (Maximino Garcia) por familiares, vizinhos e amigos e percorrerão no primeiro dia 23 quilómetros até à localidade de Campomanes, onde passarão a primeira noite.
A terceira coluna, partiu às 10.30 horas de Andorra, com grande apoio e participação da população da localidade, no primeiro percurso estão a ser acompanhados por mineiros pré-reformados e percorrerão 13 quilómetros.
A segunda coluna iniciou a marcha às 10 horas, subdividida em dois grupos, um de 35 mineiros que saiu de Bembibre e outro de 45 que partiu de Villablino. Os mineiros iniciaram a marcha, com o apoio da população local, cantando o hino “Santa Barbara bendita”. Com os trabalhadores seguiram também, nesta primeira parte do percurso, familiares e amigos e o secretário geral da federação da indústria de Leão das CC OO.
A agência Lusa fez uma reportagem com os sete mineiros que estão barricados há 33 dias, nas minas de Santa Cruz del Sil, num “espaço de 40 m2” “ acessíveis somente após um trajeto de 20 minutos em composições sobre carris, ao longo de três quilómetros de mina e sob condições de humidade extremas”.
O mineiro Victor Manuel Almeida, conhecido como “El Portugués”, por ser filho de emigrantes de Chaves que foram trabalhar para as minas das Astúrias, diz à Lusa que o objetivo da luta é que o governo espanhol "assegure o que estava acordado", ou seja, o funcionamento das minas até 2018. O setor do carvão das Astúrias, segundo a agência, depende dos subsídios que serão reduzidos em 2012 de 301 milhões de euros para 111 milhões de euros por decisão do governo de Espanha e pela imposição da União Europeia.
“El Portugués” afirma à reportagem: "Se voltarmos a subir não nos respeitam" e conclui que está ali "encerrado" porque senão fica "na rua, que a mina fecha". E acrescenta: "Se for preciso ficar três ou quatro meses até que isto se endireite, então não saímos", admitindo que vai matando as saudades da mulher e filha de 21 anos "diariamente, através do telefone".
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