Esta quinta-feira, cerca de mil pessoas concentraram-se em Coimbra para exigir a defesa da escola pública. A concentração foi convocada por toda a comunidade escolar das escolas públicas de Coimbra, incluindo as direções e nela se fez um apelo à participação na manifestação a 18 de junho, em Lisboa.
No encontro discursaram Maria do Rosário Gama (ex-diretora da Escola Secundária Infanta Dona Maria, em Coimbra e presidente da APRe!), Serafim Duarte (professor do agrupamento de Escolas de Coimbra Oeste), Mário Nogueira (professor e secretário-geral da Fenprof), um representante da CNIPE (Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação) e um aluno da Escola Secundária José Falcão.
Em Coimbra, o problema do financiamento de escolas privadas em zonas onde existe oferta pública, devido aos contratos associação, é particularmente grave. 10% dos contratos de associação financiados pelo Orçamento do Estado são com escolas privadas da região. Ou seja, os nove colégios privados de Coimbra recebem 12 milhões do estado e duplicam a oferta educativa da rede pública (composta por 16 escolas de 2.º, 3.º Ciclos e Ensino Secundário).
No ano letivo de 2015-2016 as escolas privadas de Coimbra receberam 141 turmas com contratos de associação, entre o 5.º e o 12.º ano. Estes contratos duplicam a oferta educativa numa área geográfica onde há oferta pública de qualidade. Além disso, como consequência dos contratos assinados, várias escolas públicas estão a funcionar a pouco mais de 60% da sua capacidade.