Redes sociais

Meta suspende conta da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina

14 de agosto 2024 - 16:52

Conta de Instagram da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina foi suspensa pela Meta. Empresa tem um histórico de censura a conteúdos pró-Palestina, mas a plataforma recorreu da decisão para tentar recuperar a conta. Há vigília convocada esta quarta-feira para as 20h em Lisboa.

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Manifestação da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina em Lisboa.
Manifestação da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina em Lisboa. Fotografia da PUSP

A Meta, empresa-mãe do Instagram, suspendeu esta quarta-feira a conta da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP) nesta rede social. A plataforma recorreu da decisão na esperança de voltar a ativar a conta.

Numa mensagem divulgada numa conta secundária, a PUSP alertou para a situação e denunciou a decisão do Instagram, tornando público que “no seu esforço contínuo de silenciar vozes pró-Palestina, a Meta suspendeu a nossa conta no Instagram” e anunciando que recorreu da decisão. Logo em seguida, a plataforma anunciou na conta secundária a vigília pela Palestina que já estava marcada para esta quarta-feira, pelas 20h no Largo do Intendente.

Afirmando ter sido vítima de “shadow banning”, restrições de conta e finalmente de suspensão, a Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, que junta vários coletivos e associações da sociedade civil, recusa-se a desistir. “Não nos calamos”, declaram numa das publicações feitas na nova conta secundária.

A Meta tem um histórico documentado de censurar conteúdos e contas pró-Palestina. Um relatório da Human Rights Watch (HRW) publicado em dezembro de 2023 mostra como as políticas e sistemas de moderação da empresa silenciaram vozes em apoio da Palestina desde outubro desse ano. De acordo com a HRW, a censura parte da implementação “inconsistente e errónea” das políticas de moderação de conteúdos, da dependência excessiva em ferramentas automatizadas e da influência indevida do Governo americano na remoção de conteúdos.

O relatório identifica seis táticas de censura utilizadas pelas redes sociais da Meta para bloquear o conteúdo digital das contas pró-Palestina de chegarem a mais gente: o bloqueio da possibilidade de seguir ou identificar contas, o bloqueio de engajar com o conteúdo, a remoção de conteúdos, a restrição de ferramentas das aplicações, o “shadow banning” – ou seja, a ocultação dos conteúdos no algoritmo – e a suspensão das contas. Destas táticas, a PUSP já tinha sido, como referido em cima, alvo de “shadow banning” e restrições na conta, sendo agora também alvo de suspensão.

A Plataforma Unitária de Apoio à Palestina surgiu depois do início do genocídio em curso na Palestina pelo Estado israelita, como resposta da sociedade portuguesa à complacência e colaboração do Estado português à exterminação do povo palestiniano. É composta por diversos coletivos da sociedade civil portuguesa que se reúnem em torno da questão da Palestina para convocar ações de luta, dinamizar petições e ações de consciencialização e agir em defesa da causa palestiniana.