As medidas apresentadas pelo governo da Aliança Democrática para apoiar os jovens na compra de casa estão a aumentar a procura e a subir os preços das casas, agravando ainda mais a crise de habitação em Portugal.
A própria ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, já tinha admitido que as medidas podiam agravar a crise de habitação ao aumentar a procura, e consequentemente os preços da habitação. Agora, segundo avança o jornal Público, as isenções fiscais para os jovens e a garantia pública para obtenção de financiamento a 100% na compra da primeira casa criaram um aumento notório na procura de casas com preços que cumpram os critérios desses apoios.
Habitação
Ministra da Juventude admite que medidas do Governo podem aumentar preços das casas
Como o aumento da procura não está a ser acompanhado de um aumento de oferta, os preços das casas continuam a aumentar para toda a gente, mesmo para quem não beneficia das medidas implementadas para os jovens. A consequência das medidas é o agravamento da crise de habitação que Portugal vive.
Os preços de venda das casas subiram 7% em relação ao ano passado e as rendas aumentaram 10,5%. São dados do Instituto Nacional de Estatística que provam que as medidas do programa “Construir Portugal”, apresentado pelo governo em Maio, não estão a responder à crise de habitação de forma ágil, uma vez que os preços estão em níveis recorde e continuam a subir. Por outro lado, as medidas para os jovens, que foram implementadas de forma imediata, estão a ter o impacto contrário ao desejado, agravando ainda mais a crise.
O principal pilar do programa da Aliança Democrática para a resolução da crise de habitação é a aposta na construção através de incentivos fiscais e financeiros para aumentar a oferta no mercado. Esta estratégia, para além de não ter conseguir responder imediatamente aos problemas da população, não tem em conta que o mercado de habitação é segmentado, o que significa que há uma forte possibilidade de a maior parte dos investimentos na construção serem direcionados a um mercado de luxo, e não a habitação acessível.