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Maria Alberta Menéres (1930-2019)

Faleceu esta segunda-feira aos 88 anos a autora de uma vasta obra poética e de muitas dezenas de livros para crianças e jovens. Maria Alberta Menéres também foi professora, jornalista e diretora do Departamento de Programas Infantis e Juvenis da RTP.
Maria Alberta Menéres numa sessão com jovens na Biblioteca de Portimão em 2008. Imagem Youtube.

Para conhecer melhor a vida e a obra de Maria Alberta Menéres, a Faculdade de Letras dedica-lhe uma página na sua secção biográfica “Memórias Vivas”:

Maria Alberta Rovisco Garcia Menéres nasceu a 25 de Agosto de 1930, em Vila Nova de Gaia. Durante os anos 50, foi aluna de Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, concluindo a Licenciatura na mesma década. De 1965 a 1973, Maria Alberta Menéres exerceu como professora do Ensino Técnico, Preparatório e Secundário, nas disciplinas de Língua Portuguesa e História seguindo-se, a partir desse ano, a direcção de encontros educativos entre professores e alunos, levados a cabo em câmaras municipais e instituições de ensino preparatório, secundário e superior, com temas como “O Ensino e a Poesia”, “Criatividade no Ensino” e “Leituras e Escritas”.

Por esta altura, Maria Alberta Menéres é, também, uma assídua presença no mundo da Literatura. Estreia-se em 1952 enquanto escritora, com a obra poética Intervalo, e durante a década de 70, a sua obra somava já dezenas de livros que abrangiam tanto a poesia, sendo a vencedora, em 1960, do Prémio do Concurso Internacional de Poesia Giacomo Leopardi, pelo livro de Água Memória, como a literatura infanto-juvenil, da qual se destaca a obra Ulisses (1970). Também neste período, foi a dirigente da secção “Iniciação Literária”, do Diário Popular (1972 a 1974) e integrou a Direcção da Associação Portuguesa de Escritores (1973 a 1975). Pertenceu ainda à Comissão de Classificação de Espectáculos Cinematográficos (Ministério da Comunicação Social, de 1974 a 1976), sendo depois membro da Comissão de Recurso (1976 a 1987). Contactou, igualmente, com o público infanto-juvenil fora da literatura, sendo a dirigente do Departamento de Programas Infantis e Juvenis da RTP (1974 a 1986) organizando, paralelamente, a Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa, em conjunto com o escritor Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro, na altura seu marido. Tais actividades impulsionaram a alumna para o mundo dos concursos literários, fazendo parte de diferentes painéis de jurados, tendo sido jurada no Prémio de Poesia Casais Monteiro (1974), no Prémio de Literatura Infantil da Comissão Nacional do Ambiente (nos anos 1979, 1980 e 1981), no Prémios de Literatura Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian (1981) e no Encontro Internacional de Cinema para a Infância e Juventude (Espanha, 1978).

Durante a década de 80, a sua obra é distinguida com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, pela “manutenção de um alto nível de qualidade" em 1986. Para além de continuar a actividade literária, agora um pouco mais desligada da poesia e próxima dapProsa e da Literatura Infantil, Maria Alberta Menéres foi a Directora da revista Pais (1990 a 1993) e Directora da revista Super Bebés (desde 1998).

Exerceu funções como Assessora do Provedor de Justiça, de 1993 a 1998, como criadora e responsável pela linha telefónica grátis “Recados da Criança”. No ano de 1997, a convite da Fundação Calouste Gulbenkian, leccionou um curso de Expressão Poética no Centro de Arte Infantil. Cinco anos depois, também a convite da Fundação Calouste Gulbenkian, foi responsável pelo Círculo de Conferências Re/visão da Matéria, que teve lugar em dez câmaras municipais, sendo que cada conferência teve a presença de 200/300 docentes.

A 8 de Junho de 2010, Maria Alberta Menéres foi agraciada com o grau de Comendadora da Ordem do Mérito, o mesmo ano em que lançou a obra infanto-juvenil Camões, o Super Herói da Língua Portuguesa.

Faleceu a 15 de Abril de 2019.

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