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Manifestação contra a poluição do rio Tejo é já este sábado

No próximo dia 14 de outubro, realiza-se a 3.ª manifestação “contra a poluição do rio Tejo e seus afluentes”. O ponto de encontro é no Caís do Sodré, em Lisboa e à beira Tejo, às 15h, seguindo-se um desfile até ao Terreiro do Paço.
"A gravidade da poluição das águas do rio Tejo acentua-se devido aos caudais cada vez mais reduzidos que afluem de Espanha e, já em solo português, à gestão economicista do concessionário das barragens do Fratel e Belver", alega o ProTejo.
"A gravidade da poluição das águas do rio Tejo acentua-se devido aos caudais cada vez mais reduzidos que afluem de Espanha e, já em solo português, à gestão economicista do concessionário das barragens do Fratel e Belver", alega o ProTejo.

Protestar contra os problemas de poluição que continuam a afetar o rio Tejo e os seus afluentes, e reclamar mais medidas do Governo são os objetivos principais da manifestação que o movimento ProTejo organiza, na tarde do próximo sábado, em Lisboa. A iniciativa conta com o apoio de várias organizações ambientalistas e fará o percurso ribeirinho entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço. Ver evento no Facebook.

Trata-se da terceira manifestação organizada pelo movimento ProTejo, mas será a primeira em Lisboa. Apesar do plano integrado de ação e fiscalização da bacia do Tejo assumido pelo Ministério do Ambiente, o movimento considera que “é urgente tomar mais medidas”.

“Após a manifestação de 4 de Março de 2017 constatou-se que a qualidade da água melhorou significativamente, mas desde Junho passado a poluição visível no rio Tejo tem vindo novamente a aumentar constatando-se atualmente um aumento do número das ocorrências e um significativo nível de poluição, cuja principal origem na zona de Vila Velha de Ródão foi reconhecida no Relatório da Comissão de Acompanhamento Sobre Poluição no Rio Tejo”, sublinha o ProTejo, que tem sede em Vila Nova da Barquinha.

Apesar da “ação meritória” de definição de um Plano Anual de Ação Integrado de Fiscalização e Inspeção para a Bacia do Rio Tejo, “a ação das autoridades competentes tem fracassado quanto à contenção das práticas poluentes das empresas na bacia do Tejo, em especial na zona de Vila Velha de Ródão”, alega o movimento, no texto de convocatória do protesto.

Nunca o rio Tejo e seus afluentes registaram tão elevado grau de poluição

Os caudais do Tejo com origem em Espanha são muito escassos e as águas oriundas do país vizinho “vêm já com um elevado grau de contaminação, com origem nos fertilizantes utilizados na agricultura intensiva, na eutrofização gerada pela sua estagnação nas barragens da Estremadura, na descarga de águas residuais urbanas das vilas e cidades espanholas sem o adequado tratamento, e na contaminação radiológica com origem na Central Nuclear de Almaraz”, denuncia o ProTejo.

Além disto, "a gravidade desta poluição das águas do rio Tejo acentua-se devido aos caudais cada vez mais reduzidos que afluem de Espanha e, já em solo português, à gestão economicista do concessionário das barragens do Fratel e Belver, diminuindo ainda mais a capacidade de depuração natural do rio Tejo", sublinha o movimento.

Já a poluição, em território nacional, provém da agricultura, indústria, suinicultura e vacarias, águas residuais urbanas e outras descargas de efluentes não tratados, “com total desrespeito pelas leis em vigor, e sem a competente ação de vigilância e controlo pelas autoridades responsáveis, valendo a ação de denúncia das organizações ecologistas e dos cidadãos, por diversas formas, nomeadamente, através das redes sociais e da comunicação social”.

O movimento fala de uma “catastrófica situação do rio Tejo e seus afluentes”, com implicações a vários níveis, desde o ambiental, ao social e económico. “Nunca o rio Tejo e seus afluentes registaram tão elevado grau de poluição, de abandono e falta de respeito, por parte de uma minoria que tudo destrói, perante a complacência das autoridades”, conclui o ProTejo, dando relevo ao apelo à participação na manifestação deste sábado.

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