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Malásia devolve três mil toneladas de plástico aos países de origem

Depois da China ter banido a importação de lixo plástico o ano passado, o sudeste asiático passou a ser o maior importador mundial deste tipo de lixo. A Malásia decidiu não aceitar mais "ser a lixeira dos países desenvolvidos" e está até a mandar de volta o que lhe tem chegado de forma ilegal.
Foto de Adam Cohn/Flickr

Os milhões de toneladas de lixo plástico produzidas nos Estados Unidos, Japão, França, Canadá, Austrália e Grã-Bretanha, entre outros países, são um mercado apetecível para alguns, tóxico para muitos mais.

A China era o principal destino deste volume de detritos. Até que, o ano passado, baniu a sua importação. Depois o sudeste asiático foi ganhando espaço. Tailândia, Malásia e Vietname juntaram-se em seguida aos países que introduziram legislação para travar o fluxo de plástico. Mas este continua a chegar. E a 23 de abril, o governo da Malásia revelou uma investigação que provava que lixo proveniente dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Austrália e da Alemanha continuava a entrar o país, declarado como outro tipo de importações.

A ministra da Energia, Tecnologia, Ciência, Ambiente e Alterações Climáticas da Malásia, Yeo Bee Yin quer por cobro a esta situação tendo declarado esta terça-feira que “a Malásia não vai ser a lixeira do mundo” rejeitando uma situação em que “os malaios são forçados a sofrer de uma qualidade de ar pobre devido à queima de plásticos que conduz a problemas de saúde, rios poluídos, aterros ilegais e vários problemas relacionados.”

Por isso anunciou que enviará de volta três mil toneladas de lixo plástico que tinham sido importadas ilegalmente “sob uma falsa declaração e outras infrações que violam claramente as nossas leis ambientais”.

Yeo considera os importadores de lixo ilegal “traidores”. Reforça a mensagem de que “se embarcarem [este tipo de lixo] para a Malásia, vamos devolvê-lo sem clemência”. E cumpre: imediatamente antes desta carga ter sido descoberta tinha já enviado de volta cinco contentores de plástico contaminado para Espanha.

A ministra aproveitou a ocasião para denunciar que muito do lixo que os cidadãos ocidentais pensam ser reciclado acaba por ser despejado nesta região. Apenas 9% do plástico mundial é reciclado. O resto é colocado em aterros ou incinerado ilegalmente.

Nas vizinhas Filipinas, o presidente Duterte tinha tomado uma decisão semelhante, ordenando a semana passada o retorno de 69 contentores com 1500 toneladas de detritos para o Canadá. O país exportador aceitou a devolução por considerar que não tinha havido consentimento governamental para a transação. Tudo parecia ir acabar bem mas Duterte acabou por perder a paciência com as demoras  no processo e ordenou a saída imediata destes contentores.

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