A associação francesa de defesa dos direitos dos consumidores, UFC-Que Choisir, publicou esta quinta-feira um relatório no qual mostra que nos produtos alimentares transformados, 47% dos ingredientes “não têm nenhuma origem mencionada” e 22% apenas apresentam uma “origem puramente genérica com menções vagas” como “origem União Europeia” ou “Não União Europeia”.
A organização não governamental analisou 484 ingredientes principais presentes em 243 alimentos transformados de grandes marcas presentes no mercado francês, como enlatados, refeições prontas, saladas, sanduíches, fiambre, charcutaria e concluiu que no caso de 69% deles “reina a opacidade sobre a sua origem”.
Esta opacidade “não é devida, como pretendem certos industriais, a uma variabilidade inevitável da proveniência de ingredientes mas sim políticas de abastecimento específicas de cada marca”.
A associação de defesa dos direitos dos consumidores defende que um indicador de origem seja obrigatório. Pelo contrário, o governo francês propõe que se especifique de forma voluntário a informação de origem, alegadamente por causa das regras europeias. Nesse caso, acredita-se, esta “não terá efeito”. A UFC-Que Choisir contrapõe que, ao contrário do que o governo diz, a legislação europeia permite “tornar obrigatória a informação de origem”.
Para além disso, pretende-se ainda que a indicação da origem de ingredientes seja aplicada à restauração, nomeadamente às grandes cadeias do setor.
Destaca-se ainda que “para os consumidores, a transparência sobre a origem dos alimentos que consomem é um requisito prioritário” porque tem impacto na saúde ou no ambiente.