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Macron enfrenta moção de censura esta quinta-feira

Os deputados do Partido Socialista, do França Insubmissa e do Partido Comunista apresentaram uma moção de censura ao Governo criticando a forma como Macron tem respondido às reivindicações dos "coletes amarelos" e pedindo uma mudança drástica de curso.
Foto Wikimedia.

A moção de censura, subscrita por André Chassaigne, Olivier Faure, Jean-Luc Mélenchon e outros 59 membros da Assembleia Nacional, será sujeito a votação na tarde desta quinta-feira. No documento os 62 deputados e deputadas apelam à censura da política governamental ditada pelo Presidente da República, defendendo que é preciso encontrar uma saída política para a atual crise e mostrar que existe outro caminho.

Segundo os subscritores, as medidas anunciadas na segunda-feira pelo presidente Emmanuel Mácron "não são justas nem responsáveis" e não respondem “à ira e às reivindicações dos franceses".

Ainda que sublinhando que “o imposto sobre o combustível cristalizou a raiva”, afirmam que os amplos protestos são o reflexo "de um mal-estar mais profundo de que é vítima os que vivem do seu trabalho, os aposentados, funcionários públicos, jovens, inquilinos...”.

Os subscritores da moção de censura também destacam que a ecologia não pode servir de pretexto para "agravar as desigualdades" e avançam que a anulação desse imposto "não pode ser compensada por novas restrições orçamentais".

“Outras escolhas são possíveis, mais justas e eficazes. As pessoas exigem que a injustiça fiscal cesse. Ao mesmo tempo, é necessário considerar a reavaliação dos salários e, mais geralmente, do rendimento do trabalho”, defendem.

"O vínculo de confiança entre a nossa população e o governo foi quebrado e não vemos qualquer possibilidade de que este último retome esta relação. O divórcio está consumado, é necessário alterar o rumo", assinala o texto apoiado por socialistas, comunistas e A França Insubmissa.

É expectável que a moção de censura seja travada face à maioria absoluta garantida no parlamento pelo partido pró-governamental A República em Marcha (LREM).

A apresentação da moção ocorreu no mesmo dia em que o primeiro-ministro, Édouard Philippe, defendeu na Assembleia nacional as medidas decididas por Macron, que incluem um aumento de 100 euros no Salário Mínimo e redução dos impostos nos salários e nas pensões.

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