Por causa desta situação (cito Rui Tavares):
"Nós fomos eleitos em 2009 com base num programa europeísta de esquerda. O GUE/NGL, grupo em que estava, tem menos europeístas de esquerda do que, por exemplo, comunistas ortodoxos; tem menos europeístas de esquerda do que eurocéticos; para cada federalista há dois ou três soberanistas. E, em última análise, tem menos europeístas de esquerda do que o grupo dos Verdes Europeus. Além disso – eu sei que não és muito dado a patriotismos – para Portugal é mais útil ter alguém no Grupo dos Verdes Europeus do que ficarem três delegações portuguesas no GUE/NGL (PCP, BE e eu)."
É que escrevi na MOÇÃO B à VII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda:
"No plano europeu, o Bloco de Esquerda deveria propor uma nova organização internacional que agrupe todas as correntes, partidos e movimentos que se referenciem ao socialismo como alternativa internacional e não como subordinado a perspectivas soberanistas. Uma organização internacional que no seu programa e na sua acção privilegie a construção de uma Europa mais social, mais democrática, mais federativa e menos sujeita aos ditames dos Estados nacionais. O Bloco de Esquerda que é europeísta socialista e de esquerda, não pode ter uma acção, no plano europeu, atrofiada pelas visões soberanistas nacionais de outras correntes de esquerda que ainda não se conseguiram libertar do colete de forças do "socialismo num só país".
(...) O actual Partido da Esquerda Europeia não cumpre com estes objectivos, nem consegue desenvolver uma acção europeia com um sentido claro e compreensível para todos os europeus"
É claro que não se defende como alternativa ao GUE/NGL a integração no Grupo dos Verdes Europeus, como fez Rui Tavares. Defendo mesmo uma nova organização socialista, europeia e federal! Mas concordo com a caracterização que o Rui Tavares faz do GUE/NGL na parte que cito.
João Pedro Freire
Militante em Matosinhos