“Nós, que assinamos este documento, condenamos veementemente os planos do Estado de Israel de anexação de jure de partes da Cisjordânia na Palestina ocupada”, lê-se no documento, no qual é sublinhado que “décadas de processos de negociação têm sido utilizadas como armas por sucessivos governos israelitas para aumentar e fortalecer o roubo de terras palestinianas, forçar o deslocamento de comunidades e expandir os assentamentos ilegais”.
Os signatários, entre os quais se incluem vários ex-presidentes da América Latina, como os brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o paraguaio Fernando Lugo, e Pepe Mujica, do Uruguai, sublinham ainda que “a iminente ação israelita de anexação violaria princípios fundamentais do Direito Internacional, incluindo o direito à autodeterminação e a proibição de anexação de territórios pela força”.
Na missiva, é ainda reivindicado o fim do comércio de armas e cooperação na área militar e de segurança com Israel, a proibição do comércio com assentamentos ilegais israelitas e a aplicação efetiva de sanções a Israel, incluindo o embargo militar.
Segundo avança a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o manifesto foi articulado por representantes na África, Ásia e América Latina a partir de uma iniciativa da sociedade civil sul-africana.
O governo israelita prometeu dar início na quarta-feira ao plano anunciado por Netanyahu em janeiro, na Casa Branca, que prevê a anexação de 30% da Cisjordânia. Face à pressão internacional, o projeto foi adiado.