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Lisboa: Bloco quer impedir maioria absoluta para avançar onde o Partido Socialista travou

No comício do distrito de Lisboa, Catarina Martins lembrou que foi a decisão da cidade de não dar maioria absoluta ao PS que permitiu manuais escolares gratuitos, baixar preços dos passes, soluções de habitação para centenas de pessoas em situação de sem abrigo.
Catarina Martins e Beatriz Gomes Dias.
Catarina Martins e Beatriz Gomes Dias.

Este sábado à tarde, as candidaturas do Bloco no distrito de Lisboa juntaram-se num comício para mostrar a possibilidade de uma política nova.

No comício intervieram Catarina Martins, Beatriz Gomes Dias, Deolinda Martin, Carlos Patrão e Manuel Grilo.

Catarina Martins começou por congratular-se porque o trabalho local do Bloco “já começou a mudar a política autárquica” e também “já mudou a política nacional” como por exemplo com os manuais gratuitos até ao 12º ano e com a “enorme descida” dos preços dos passes sociais.

A coordenadora do Bloco fez o balanço do trabalho de “proximidade” e de “exigência” dos vereadores que o partido elegeu no distrito. Na Amadora, com Deolinda Martin, quando a presidente da Câmara “estava fechada no seu gabinete e mandava os bulldozers demolirem os bairros”, a vereadora bloquista e o partido estavam “em frente aos buldozzers a defender o direito à habitação”. Em Vila Franca de Xira, quando era “difícil” apoiar os afetados pela Legionella “toda a gente fugiu menos o Bloco”.

E também em Lisboa o Bloco marcou a diferença, o acordo de governação da cidade “não impôs apenas avanços significativos na educação, na política social, na política de saúde, de habitação”. “Impôs também novas formas de fazer política”, tendo a equipa de trabalho do Bloco lutado “todos os dias para mudar procedimentos porque a velha política também é a política da opacidade, das escolhas que não se percebem”. A contra-corrente desta forma de fazer política, o Bloco tem “muito orgulho” porque em Lisboa “o pelouro da educação não fez obras nas escolas que são mais visíveis” ou “porque dá mais jeito em cada momento”. Fez um levantamento pelo LNEC em todas as escolas e garantiu “obras urgentes tantas vezes em bairros vulneráveis onde ninguém tem voz”.

Fez ainda aquilo que era possível pela lei mas nunca ninguém tinha feito: criou salas de consumo assistido de drogas.

Para o Bloco, foi a decisão da cidade de não dar maioria absoluta ao PS que permitiu manuais escolares gratuitos, baixar preços dos passes, soluções de habitação para centenas de pessoas em situação de sem abrigo. “Combatendo maiorias absolutas fazemos a diferença”, declarou. E esta ideia é também um caminho para o próximo mandato: “se nos perguntarem o que queremos fazer nos próximos quatro anos, respondemos que queremos fazer o que ainda não foi feito, porque os últimos quatros anos mostraram que é onde acaba a maioria absoluta do PS que começa a mudança na cidade de Lisboa.” O Bloco pretende agora, por exemplo, avançar no direito à habitação porque Lisboa “só é uma cidade com vida quando quem aqui vive não é expulso da sua casa.”

Precisamente a habitação tem sido um dos temas mais fortes da campanha autárquica do Bloco de Esquerda por todo o país. O partido garante não esquecer os jovens que querem sair de casa dos pais, aqueles que têm dificuldade em chegar ao fim do mês e para quem é uma aflição a renda da casa ou o empréstimo da casa, os tantos idosos que foram expulsos da casa onde sempre moraram ou que lutam para conseguir pagá-la com a parca pensão. Para lhes dar resposta, quer usar “toda a capacidade que pode existir numa autarquia, nos terrenos municipais, na propriedade pública” para assegurar este direito.

Por tudo isto, Catarina Martins pensa que o partido “provou que é capaz de assumir todas as responsabilidades executivas” e compromete-se a construir soluções, estando disposto para acordos executivos se eles garantirem direito à habitação, ao transporte, a igualdade, nunca com a direita. Mas avisa: “não nos verão a passar cheques em branco a ninguém porque para o Bloco de Esquerda a política autárquica não é sobre cargos, é sobre a vida no concelho, na freguesia, sobre igualdade, sobre como se pode viver melhor”, sobre fazer “sempre tudo o que estiver ao seu alcance para que o direito à habitação, ao transporte, igualdade seja a norma e não a exceção”.

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