O resultado dos quatro referendos sujeitos a votação poderão não só ser um rude golpe para o governo de Berlusconi, que perdeu recentemente a Prefeitura de Milão, um dos seus redutos tradicionais, como também, por exemplo, serem determinantes na luta contra a onda de privatizações de bens essenciais que a direita europeia tanto preconiza.
Em causa estará a possibilidade de quatro leis aprovadas pelo executivo de Sílvio Berlusconi serem derrubadas mediante a consulta popular. Duas das leis versam sobre a privatização do abastecimento de água, uma terceira reintroduz o uso da energia nuclear no país, o que permitirá ao primeiro-ministro relançar a construção de quatro centrais nucleares em parceria com a França, e uma quarta lei é sobre o "legítimo impedimento", a norma que permite a Berlusconi, aos presidentes do Senado e da Câmara, além do presidente da República, de se ausentarem das audiências judiciais contra si alegando motivos de agenda.
O governo italiano tem feito uma dura campanha pela abstenção, enquanto os activistas e alguns partidos da oposição tentam assegurar a maioria necessária para tornar os referendos vinculativos, o que corresponde a uma votação de, pelo menos, 51% do universo de eleitores.