No passado domingo, as autoridades israelitas demoliram duas salas de aula palestinianas financiadas pela União Europeia. As salas eram parte de uma escola para beduínos na Cisjordânia ocupada.
As autoridades israelitas justificam a demolição dizendo que as salas de aula foram construídas ilegalmente. Os palestinianos condenam a ação e afirmam que esta foi uma das muitas ações em prol da diminuição da terra palestiniana de forma a estimular a expansão territorial do Estado judaico.
De acordo com os residentes da vila palestiniana Abu Nuwar, a demolição aconteceu na madrugada de domingo. A zona foi vedada e um grupo de trabalho procedeu à demolição dos edifícios. A escola era frequentada por mais de duas dúzias de crianças palestinianas.
De acordo com oficiais palestinianos, esta foi a quinta vez que a escola, que tem sido reconstruída pelos locais, com a ajuda de organizações não-governamentais e financiamento da União Europeia (UE), foi demolida desde 2016.
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Um comunicado do Coordenador das Atividades do Governo dos Territórios israelita, a autoridade militar que lida com os assuntos civis da Palestina, diz que “O edifício foi construído ilegalmente e sem as permissões necessárias. Para além disso, a execução foi aprovada pelo Supremo Tribunal”.
Shadi Othoma, diretor do gabinete de comunicação social da UE em Jerusalém, disse que já foi exigido “a Israel mais de uma vez que não demolisse projetos financiados pela União Europeia e que têm o objetivo de melhorar as condições de vida dos palestinianos.” Oficiais da UE também querem que Israel pare com as demolições e confiscações de casas e propriedades palestinianas, de acordo com as suas obrigações sob a lei humanitária internacional, e adicionaram que Israel deve “parar a política de construção e expansão e de designação de terra para uso exclusivo de Israel e de negação do desenvolvimento da Palestina.” Finalmente, é exigido a Israel que reconstrua os edifícios que demoliu, já que "todas as crianças têm direito a educação e os Estados têm a obrigação de proteger, respeitar e fazer cumprir este dever, assegurando que as escolas são espaços de segurança inviolável para as crianças".
Dezenas de milhar de beduínos vivem em vilas pela região do deserto do sul de Israel e da Cisjordânia, e contam com boicotes frequentes ao seu desenvolvimento por parte do Estado israelita.