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Israel bombardeia Gaza e faz pelo menos 24 mortos

Os confrontos em Jerusalém culminam agora em bombardeamentos de Israel sobre Gaza, com 24 vítimas mortais confirmadas, incluindo 9 crianças, e 107 feridos.
Um grupo de treze patriarcas de diferentes igrejas cristãs denunciou em comunicado conjunto a “provocação coordenada de grupos de extrema-direita” que contribuíram para a violência na cidade.
Um grupo de treze patriarcas de diferentes igrejas cristãs denunciou em comunicado conjunto a “provocação coordenada de grupos de extrema-direita” que contribuíram para a violência na cidade. Foto de Mohammed Saber, via EPA/Lusa.

A escalada de violência em Jerusalém e nos territórios ocupados tem sido imparável desde abril, com vários confrontos provocados por grupos de extrema-direita israelita. A decisão de um tribunal para expulsão de palestinianos das suas residências em Jerusalém, para estas serem entregues a colonos israelitas, despoletou um movimento de indignação durante os rituais do Ramadão na mesquita Al-Asqa. A repressão provocou centenas de feridos desde o fim-de-semana.

Gaza foi bombardeada por Israel na madrugada de terça-feira, em resposta aos rockets lançados a partir do território, que provocaram 6 feridos israelitas. Em Gaza foram registadas 23 vítimas mortais, incluindo 9 crianças, e 107 feridos, noticia a Reuters. O Guardian regista 24 vítimas mortais. 

Israel justifica o bombardeamento afirmando que pelo menos 15 das vítimas eram militares do Hamas. Sete das vítimas mortais eram parte de uma única família, incluindo três crianças.

O lançamento de rockets a partir de Gaza contra a parte de Jerusalém dominada por Israel não acontecia desde a guerra de 2014. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu respondeu ao lançamento de rockets com promessa de confronto “que poderá levar tempo”. E garantiu que “Israel irá responder com enorme força”.

Por seu lado, Ismail Haniyeh, líder do Hamas, a força dominante em Gaza, disse que continuariam a lutar “enquanto a ocupação não terminar todas as formas de agressão e terrorismo em Jerusalém e na mesquita Al-Asqa”.

Em Jerusalém, as tensões entre comunidades árabes e judaica continuam a provocar mortos, com os media israelitas a noticiarem que um grupo de judeus armados disparou sobre árabes em protesto, matando um. A polícia israelita registou mais um morto do bairro de Lode e dois feridos.

A decisão do tribunal israelita para expulsão de palestinianos das suas casas é sustentada numa lei aplicada depois da conquista israelita da cidade, em 1967, contra as forças do Jordão, que garante o direito de restituição a israelitas que comprovem a posse das casas antes de 1948. Não existe uma lei equivalente para palestinianos.

A decisão, que era esperada esta segunda-feira, foi adiada devido a uma marcha provocatória de milhares de israelitas nacionalistas para celebrar a captura da cidade em 1967. 

Tanto a União Europeia como os Estados Unidos da América condenaram publicamente as expulsões, com os EUA a considerar que “as transferências forçadas” de palestinianos “poderão corresponder a crimes de guerra”.

Um grupo de treze patriarcas de diferentes igrejas cristãs denunciou em comunicado conjunto a “provocação coordenada de grupos de extrema-direita” que contribuíram para a violência em Jerusalém.

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