A petição foi lançada a nível global e é dirigida ao presidente da Comissão de Investigação russa, Aleksandr Ivanovich Bastrikin, e ao diretor daquele mesmo organismo estatal, Serguei Sokolov.
Fonte do Gabinete da Amnistia Internacional (AI), em Lisboa, disse à Lusa que menos de duas horas depois de a versão em português da petição ter sido lançada, já tinha sido subscrita por mais de 230 pessoas.
Em comunicado, aquela organização “exorta as autoridades russas a encetarem prontamente investigações eficazes aos relatos e testemunhos avançados há dias pelo jornal Novaia Gazeta de que estão a ser raptadas e torturadas pessoas identificadas como homossexuais na república federada russa da Chechénia".
“Homofobia encorajada pelas autoridades”
Desta forma, a AI sublinha ser "imperativo" que as autoridades russas tomem "todas as medidas necessárias para garantir a segurança de quaisquer pessoas que estejam em risco de perseguição e violência naTchetchénia devido à sua orientação sexual, real ou como é percecionada" e pede que que os responsáveis por "aqueles crimes sejam julgados em procedimentos que cumpram os padrões internacionais de julgamento justo".
No comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos sublinha que o "clima de intolerância e homofobia prevalecente na Tchetchénia é encorajado pelas próprias autoridades da república russa", adiantando que "os chamados crimes de honra - crimes com motivos discriminatórios - são praticados por todo o Norte do Cáucaso, em especial na Chechénia, com total impunidade”.
Por essa razão, a AI afirma na sua missiva que “as autoridades chechenas estão em negação sobre os testemunhos tornados públicos".
o grupo "Um Ativismo por dia" já convocou uma manifestação contra os campos de concentração para homossexuais que terá lugar no próximo dia 18, às 18 horas, em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa
Entretanto e de acordo com o site dezanove.pt, o Novoya Gazeta noticiou que as autoridades tchetchenas criaram vários campos de concentração onde os homossexuais tchetchenos "estão a ser mortos ou forçados a abandonar aquela república".
Svetlana Zakhorova, membro de uma associação russa de defesa dos direitos das pessoas LGBT disse ao jornal MailOnline que “vários homossexuais foram detidos e cercados e nós estamos a trabalhar para conseguir que eles saiam dos campos e abandonem a região.
“Os que conseguiram escapar explicaram que os detidos, cerca de 30 a 40, estavam todos na mesma sala e a ser eletrocutados, espancados com gravidade levando alguns inclusive à morte”, sublinhou a ativista.
Segundo o dezanove.pt, o grupo "Um Ativismo por dia" já convocou uma manifestação contra os campos de concentração para homossexuais que terá lugar no próximo dia 18, às 18 horas, em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa.