O número de professores sem escola atribuída tem vindo a aumentar e neste momento serão cerca de 21 mil os docentes que ainda não têm um estabelecimento de ensino definido para o ano letivo de 2024/2025.
A informação é avançada pelo jornal Público, com base em cálculos com referência nas listas da segunda reserva de recrutamento. No final de agosto, o número de professores sem escola atribuída situava-se nos 19.382, o que significa que no espaço de um mês esse valor aumentou em cerca de 2.000 docentes.
Entre os grupos com mais docentes por colocar estão os professores de educação pré-escolar e de primeiro ciclo, onde há cerca de 8900 professores que não ficaram colocados em nenhuma escola. Também na área da Educação Física há perto de dois mil professores por colocar. Por outro lado, em Informática, uma das áreas onde há mais carência de docentes, sobraram apenas 32 professores nas listas.
Dos professores colocados, 1.936 vão ocupar horários temporários, isto é, que não têm duração anual e que estão normalmente relacionados com a substituição de professores que se encontram de baixa médica.
Regresso às aulas
Ministro da Educação admite que milhares de alunos começarão o ano letivo sem aulas
O ministro da Educação, Ciência e Inovação já tinha admitido que o ano letivo iria começar com milhares de alunos sem aulas, mas outro problema são precisamente os professores que não ficam colocados. Apesar de Fernando Alexandre ter anunciado na passada segunda-feira o aumento do subsídio de deslocação dos €150 para os €450, essa medida não parece o suficiente para resolver o problema estrutural da falta de professores em algumas regiões do país.
Sindicato alerta para falta de professores na Madeira
O Sindicato dos Professores da Madeira também avisou que, apesar de ser possível iniciar o ano letivo sem falta de professores nas escolas da região, essa condição não se deverá manter até ao final do ano letivo. O presidente do sindicato considerou que a contratação de 398 professores é “insuficiente” face aos docentes que saíram do sistema da região.
“Ao longo deste ano vai haver muita dificuldade e vai haver inevitavelmente alunos que vão estar períodos, que podem ser mais ou menos longos, sem professores e também eventualmente sem educadores”, disse à Lusa Francisco Oliveira.
A tentativa de combater a tendência de Portugal continental, isto é, da falta generalizada de professores em certas regiões, tem também representado um “esforço de sobrecarga dos professores”, segundo o presidente do sindicato.