Mais de meia centena de trabalhadores concentraram-se junto ao centro de distribuição postal da Boa-Hora em Lisboa para protestar contra a alteração dos horários de trabalho, imposta pela empresa, que chega a provocar a perda de 250 euros mensais a cada trabalhador.
"No caso dos trabalhadores mais antigos, as perdas chegam aos 250 euros por mês. Há horários que implicavam entrar de madrugada e, ao serem alterados, o trabalhador deixa de receber esse valor", disse à agência Lusa Fernando Ambrioso dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).
"Só nesta unidade passam de 85 para 62 carteiros. Como aqui abrangemos a distribuição em vários ministérios, na residência oficial e até na Presidência, pode ver-se quem vai ficar prejudicado", explicou Fernando Ambrioso, realçando que "há anos, quando se alteraram horários, a empresa manteve sempre a retribuição aos trabalhadores".
Os funcionários dos CTT criticam também a entrega da distribuição da correspondência a empresas privadas, segundo o dirigente sindical "até agora, foram entregues cerca de 23 mil correspondências / dia a empresas paralelas. Isto significa uma perda de rendimento de 25 mil euros por ano".
Estes trabalhadores dos CTT, apesar de impedidos de desfilar pelo Governo Civil, deslocaram-se em pequenos grupos e entregaram uma carta na Presidência da República, denunciando a “a falta de qualidade que actualmente a gestão da empresa os obriga a prestar à comunidade” e pedindo a Cavaco Silva para intervir junto do Governo e ajudar a “repor a normalidade” nos CTT.