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Greve de enfermeiros com 80% de adesão

Enfermeiros começam o primeiro de dois dias de paralisação com adesão que ronda os 80%. As consultas externas, os blocos de cirurgia nos hospitais e os centros de saúde são os serviços mais afetados até ao momento.
Greve de enfermeiros com 80% de adesão
Foto de Paulete Matos.

Os enfermeiros começaram hoje o primeiro de dois dias de paralisação e contam com uma adesão entre os 75 e os 80%. Segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, é possível que se observe um aumento dos números da adesão após se apurarem os dados de algumas grandes instituições.

José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), deu hoje declarações à comunicação social no hospital de São José, em Lisboa. Segundo o sindicalista, estes dados “demonstram bem a indignação dos enfermeiros para com o desrespeito com que o Governo está a tratar esta classe profissional”.

De acordo com o representante do SEP, as consultas externas, os blocos de cirurgia nos hospitais e os centros de saúde são os serviços mais afetados pelo primeiro dia de paralisação. José Carlos Martins apelou aos enfermeiros para que, no turno da tarde de hoje e na sexta-feira, continuem a manifestar a sua indignação face à postura do Governo.

Guadalupe Simões, dirigente do mesmo sindicato, explicou à agência Lusa que “a principal reivindicação” dos sindicatos se prende com a apresentação por parte do Governo de uma proposta que esteja de acordo com os compromissos inscritos no âmbito do protocolo negocial.

“O Governo assumiu o compromisso de valorizar a carreira de enfermagem, de valorizar as funções de enfermeiro especialista e de enfermeiros na área da gestão e, vergonhosamente, a proposta que apresentou é ao arrepio dos compromissos assumidos e, portanto, não nos restou alternativa que não manter esta greve e apelar a uma adesão maciça dos enfermeiros”, disse Guadalupe Simões.

Esta greve de dois dias foi convocada por todos os sindicatos de enfermeiros (SEP, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e SERAM), e visa ainda exigir a “justa e correta” contagem dos pontos para efeito do descongelamento das progressões na carreira, a todos os enfermeiros, independentemente do vínculo.

Reivindica também o pagamento do suplemento remuneratório aos enfermeiros especialistas, a admissão de mais profissionais de saúde, um salário mínimo de 1.600 euros mensais, a possibilidade de chegar ao topo da carreira técnica superior, suplementos para funções de especialista, a criação de categoria na área da gestão e a aposentação antes dos 66 anos.

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