Ganhos na bolsa renderam 2.200 milhões aos mais ricos de Portugal

03 de janeiro 2024 - 19:34

Metade dos ganhos foram arrecadados pela família Soares dos Santos com a valorização da Jerónimo Martins. Em percentagem, a família de António da Mota lidera com ganhos de 238,46% nas ações da Mota Engil.

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Pedro Soares dos Santos, líder da Jerónimo Martins.
Pedro Soares dos Santos, líder da Jerónimo Martins. Foto Tiago Petinga/Lusa

A edição desta quarta-feira do Jornal de Negócios mostra como o ano de 2023 foi diferente para as 10 famílias mais ricas de Portugal em comparação com as restantes. Enquanto a subida dos preços com a inflação ou a crise da habitação marcaram o ano para a generalidade da população, os mais ricos continuaram a somar ganhos com as suas participações no mercado bolsista nacional.

No seu conjunto, a fortuna destes milionários cresceu cerca de 2.200 milhões de euros no ano passado, somando agora 16,9 mil milhões, graças ao ano positivo na bolsa de Lisboa, onde o índice PSI20 cresceu 11,71%. Os dividendos das suas ações representam quase um terço do aumento da riqueza.

Os donos da Jerónimo Martins têm mais razões para festejar em termos absolutos, com 1.160 milhões de euros arrecadados no ano passado, à boleia do aumento de 13,5% do valor acionista da empresa. A família Soares dos Santos viu assim a sua fortuna engordar para os 8.100 milhões de euros. Segue-se a família Amorim, graças à valorização e aos dividendos pagos pela Galp Energia e a Corticeira Amorim. Tudo somado, os ganhos foram de 237 milhões de euros e a fortuna vale agora 2.730 milhões. A fortuna das três herdeiras da família Queiroz Pereira (Filipa, Mafalda e Lua) não anda muito longe da dos Amorim, com 2.660 milhões nas suas participações na Semapa e Navigator. Em percentagem, a família de António da Mota viu a sua participação na Mota Engil valorizar 238,46%, ou seja, mais 355,5 milhões de euros.

Os dividendos recebidos pela família Azevedo acabaram por não compensar a desvalorização das ações da Sonae (-3,26%) e da Nos (-12,21%) e a sua fortuna bolsista ficou-se pelos 1.570 milhões de euros, menos cinco milhões do que no início do ano passado.

A lista inclui ainda as famílias de Ana Mendonça, que ganhou 45,5 milhões com as suas ações da Altri, de João Borges de Oliveira, com mais 39 milhões na Greenvolt, de Paulo Fernandes, com mais quase 34 milhões na Cofina (não contando com os milhões da mais-valia da venda da Cofina Media), e a de Domingos Vieira de Matos, com mais 31,5 milhões na Ramada.