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Fundão: Assembleia pronuncia-se contra mina na Serra da Argemela

Moção proposta pelo Bloco de Esquerda foi aprovada por todas as bancadas. Este domingo há cordão humano pela preservação da Serra da Argemela.
Castro da Argemela. Foto arqueofundao.blogspot.pt

A Assembleia Municipal do Fundão reafirmou esta quarta-feira a posição que tem vindo a ser defendida pelos autarcas da região, de repúdio total ao projeto de exploração mineira na Serra da Argemela. No final de janeiro, a Câmara Municipal do Fundão tinha aprovado por unanimidade o processo de classificação do castro da Argemela como imóvel de interesse municipal.

No próximo domingo, 4 de março, irá realizar-se um cordão humano contra esta ameaça ao património e ambiente, promovido pelo grupo “Pela Preservação da Serra da Argemela” e as juntas de freguesia da União de Freguesias de Barco e Coutada, do concelho da Covilhã, e de Lavacolhos e Silvares, do concelho do Fundão. A concentração está marcada para as 14h30 na ponte da freguesia de Barco.

A área da eventual concessão mineira abrange os concelhos do Fundão e da Covilhã e o processo da concessão foi iniciado em 2011. No início do ano passado, uma empresa sediada em Aljustrel obteve a concessão para a exploração de lítio e estanho, causando grande preocupação nas aldeias mais próximas.

A moção que o Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia Municipal do Fundão lembra que o parecer da Comissão de Avaliação diz que “de entre os vários minerais a ser extraídos, se encontram o césio e o rubídio que se caracterizam pela sua radioatividade, a qual, mesmo em pequenas quantidades, é fator de risco muito elevado em problemas de saúde como a infertilidade e o cancro”.

O impacto para a saúde do avanço deste projeto far-se-ia sentir através da “inalação de partículas soltas, a exposição a vibrações e ruído constante; a exposição a metais pesados e águas contaminadas”, que ameaçariam o rio Zêzere.

Por outro lado, o facto de se tratar de uma mina a céu aberto implica a destruição “da Serra, da fauna, da flora e do património arqueológico” ali situado, prossegue a moção, sublinhando também “a penalização que irão sofrer os investimentos feitos no turismo local, bem como o afastamento de futuros investimentos nessa área”.

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