Fnac de Viseu está a despedir trabalhadores

23 de março 2020 - 18:01

Segundo denúncias reveladas pela Plataforma Resposta Solidária, a Fnac de Viseu está a despedir trabalhadores durante o período experimental não cumprindo os prazos estipulados. Isto depois de ter imposto férias forçadas.

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A FNAC Darty teve, em 2019, lucros de 114 milhões de euros mas está a despedir trabalhadores da sua loja de Viseu. A informação foi revelada esta segunda-feira pela Plataforma Resposta Solidária que recebeu denúncias de trabalhadores da empresa.

Segundo os dados recolhidos por esta organização, os trabalhadores estão a ser despedidos durante o período experimental sem cumprir os prazos estipulados nos contratos. Antes disso, a FNAC impôs unilateralmente férias a estes trabalhadores.

As mesmas fontes indicam “que as férias forçadas poderão estar a ser impostas também aos trabalhadores efetivos.

A Plataforma Resposta Solidária insurge-se contra este tipo de despedimentos. Numa publicação no Facebook, a organização diz que neste contexto “despedir durante o período experimental é um ato irresponsável e que demonstra uma indesculpável indiferença perante as consequências sociais desta crise” e que o incumprimento de prazos “torna a situação ainda mais grave”.

Esta entidade, cujo objetivo é “queremos apoiar quem necessita de respostas a dúvidas, mas também denunciar situações de abuso ou incumprimento”, coloca também em questão a possibilidade de empresas como a FNAC poderem, depois deste tipo de despedimentos, candidatar-se a apoios. Segundo a Plataforma Resposta Solidária, esta situação “enquadra-se num lamentável padrão de desrespeito pelos direitos laborais nas empresas multinacionais do retalho”. Empresas que “certamente não hesitarão em colocar-se em posição de receber as ajudas que estão a ser anunciadas para responder aos efeitos da crise provocada pela epidemia”. Por isso, deixam um apelo: “condicionar os apoios à manutenção do emprego, como já foi anunciado, tem de ser um critério exigente. Não deixaremos esquecer as empresas que tentaram descartar-se vergonhosamente dos trabalhadores precários, para depois receber apoios declarando não ter feito despedimentos”.