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Fim da moratória a milhares de créditos gera preocupação

Cofidis e Cetelem estão entre as instituições financeiras que não aderiram a extensão da moratória ao pagamento de créditos. A 30 de setembro, os pagamentos retomam na totalidade apesar das dificuldades económicas continuarem a sentir-se.
Cartão de crédito. Foto de akem2013/Flickr.
Cartão de crédito. Foto de akem2013/Flickr.

A partir de outubro, milhares de consumidores voltarão a ter de pagar os seus créditos ao consumo que tinham sido suspensos devido às dificuldades criadas pela pandemia da covid-19 porque várias das empresas não prolongaram a moratória.

De acordo com o Público, algumas das principais empresas prestadoras de crédito ao consumo, entre as quais a Cofidis e a Cetelem, não aderiram ao prolongamento dos prazos da moratória ao crédito. A Associação das Instituições de Crédito Especializado, ASFAC, informou que um terço destas empresas manteve o limite da moratória em 30 de setembro. Os outros dois terços têm como prazo-limite 31 de dezembro mas os clientes só têm até 15 de setembro para requerer a extensão da medida e ficam sujeitos a condições determinadas pela empresa que podem ser diferentes das originais.

Já os bancos permitem uma suspensão de doze meses e o seu limite é 30 de junho do próximo ano. No caso dos bancos é ainda possível, até 30 de setembro, requerer este tipo de moratória. No caso das outras instituições de crédito tal já não era permitido a partir de 30 de junho passado.

O mesmo jornal cita dados do Banco de Portugal que ilustram a dimensão da medida da suspensão de pagamento de créditos. Até 30 de junho, houve cerca de 200 mil pedidos de moratórias de crédito ao consumo e 300 mil no caso do crédito à habitação. Não se sabe a percentagem destes pedidos que foram feitos a bancos nem quanto foram feitos a outras instituições de crédito. Por isso, não se consegue determinar com exatidão quantos consumidores estarão abrangidos pelo fim das moratórias já em setembro.

A Deco revela preocupação com a situação. Ao Público, Natália Nunes, diretora do Gabinete de Apoio Financeiro da organização de defesa dos consumidores revela que têm chegado a esta instituição casos de “grande vulnerabilidade económica, agravada pelas consequências da pandemia”. Muitos estão numa situação em que não podem já aderir a uma moratória, outros não podem pedir que a medida continue.

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