EUA espiaram Dilma e 29 figuras ligadas ao governo do Brasil

04 de julho 2015 - 20:20

A Wikileaks revelou esta semana que a Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana escutava cinco telefones da presidente do Brasil, incluindo o do avião, supostamente criptografado.

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Cartoon de Latufpara a Wikileaks

A Wikileaks não divulgou relatórios das escutas, como fez no caso da espionagem sobre os líderes políticos da França e a Alemanha nos últimos dias. Apenas divulgou o nome dos 29 alvos das escutas no Brasil e o seu grau de prioridade para a NSA.

“A nossa publicação de hoje mostra que os EUA têm um longo caminho pela frente para provar que a sua vigilância massiva (dragnet) em países “amigos” realmente acabou. Os EUA não só espiaram a presidente Rousseff mas também figuras-chave com quem ela fala todos os dias”, afirmou Julian Assange numa declaração publicada no site da Wikileaks.

Para além dos telefones da presidente do Brasil, entre as figuras sob escuta intensiva de Washington estão assessores de Dilma Rousseff, o ex-ministro de Lula e chefe da Casa Civil de Dilma António Palloci, o atual ministro do Planeamento Nelson Henrique Barbosa Filho, o atual embaixador do Brasil nos EUA e outros embaixadores na Alemanha, França e em Genebra.

“Mesmo se as promessas dos EUA de que deixaram de espiá-la forem dignas de confiança – e não são – é impossível imaginar que Rousseff possa governar o Brasil falando apenas consigo mesma. Se a presidente Rousseff quer receber mais investimentos no Brasil após sua recente visita aos Estados Unidos, como ela pode garantir às empresas brasileiras que a concorrência americana não obterá vantagens provenientes dessa vigilâcia até que ela possa realmente comprovar que a espionagem cessou? E não apenas sobre ela, mas sobre todos os alvos brasileiros”, questiona Julian Assange.