Estes grandes devedores são o retrato da economia portuguesa dos últimos 20 anos

21 de maio 2021 - 10:12

A audição parlamentar ao dono da Ongoing, Nuno Vasconcellos, terminou antes do tempo, devido à falta de respostas por parte de um dos maiores devedores do BES. Na RTP, Mariana Mortágua lembrou que ele fazia parte "da nova geração dos negócios que ia dominar a política e a economia portuguesa”.

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Mariana Mortágua no Jornal2 da RTP
Mariana Mortágua no Jornal2 da RTP | 20 de maio de 2021

Realizou-se, esta quinta-feira, mais uma audição da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução. Desta vez foi ouvido Nuno Vasconcellos, dono da Ongoing.

Esta audição terminou antes de tempo, depois da deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, referir que era evidente que Vasconcellos “não está aqui para nos ajudar, nem para esclarecer. Eu por mim acabei a minha intervenção e não pretendo fazer mais nenhuma pergunta, nem dar-lhe qualquer tempo de antena ou palco para vir aqui defender esta questão que nos apresentou”.

O presidente da comissão, Fernando Negrão, secundou a atitude da bloquista e encerrou a audição antes de tempo, já que Nuno Vasconcellos não estava a responder às questões dos deputados.

No jornal 2 da RTP2, Mariana Mortágua afirmou que “é bom ouvi-los (grandes devedores do BES) porque eles são o retrato da economia portuguesa dos últimos 20 anos, uma economia portuguesa que viveu ao serviço da banca e dos banqueiros que tinham os seus interesses próprios”.

Para a deputada, “a Ongoing, a família Moniz da Maia, José Berardo são apenas o que resta e são a expressão mais visível dessa economia que existiu em Portugal”. Por isso, considera importante ouvi-los para que “as pessoas compreendam de onde vêm essas dívidas, quem as atribuiu e para quê”.

Relativamente à audição desta quinta-feira, que terminou em menos de uma hora, a deputada bloquista disse que “uma coisa é esclarecer e expor às pessoas a origem das dívidas, fazer perguntas e usar os poderes excecionais do inquérito para apurar factos, outra coisa é dar um palco a quem não tem qualquer intenção de esclarecer o que quer seja, sendo uma falta de respeito ao Parlamento e à democracia portuguesa”.

Mariana Mortágua considerou importante esta audição “para as pessoas perceberem quem é Nuno Vasconcellos e quem sempre foi. Esta figura já existia há 20 anos quando estava a fazer o Compromisso Portugal, ia ser a nova geração dos negócios que ia dominar a política e a economia portuguesa”.

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