Esquerda esmagada na República Checa

24 de outubro 2017 - 19:20

As eleições realizadas na República Checa saldaram-se pela vitória do partido liberal-populista ANO 2011, do milionário e ex-ministro das Finanças, Andrej Babiš. A esquerda saiu “pulverizada” deste ato eleitoral. Por Jorge Martins

porJorge Martins

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As eleições realizadas na República Checa saldaram-se pela vitória do partido liberal-populista ANO 2011, do milionário e ex-ministro das Finanças, Andrej Babiš
As eleições realizadas na República Checa saldaram-se pela vitória do partido liberal-populista ANO 2011, do milionário e ex-ministro das Finanças, Andrej Babiš

As eleições realizadas[, no passado domingo 22 de outubro de 2017,] na República Checa saldaram-se pela vitória do partido liberal-populista ANO 2011, do milionário e ex-ministro das Finanças, Andrej Babiš. Seguiram-se, a grande distância, o ODS, fundado pelo antigo presidente do país, o eurocético Vaclav Klaus, e a grande surpresa destas eleições, o partido Pirata.

Os grandes derrotados foram os social-democratas do primeiro-ministro Bohuslav Sobotka (que não se recandidatou) - que perderam cerca de 2/3 do seu eleitorado - e os comunistas, que viram os seus votos reduzidos a pouco mais de metade. A esquerda sai, assim, “pulverizada” deste ato eleitoral.

Nove forças políticas superaram a barreira de 5% dos votos válidos e acederam à representação parlamentar.

Eis os resultados finais:

Partido

2017 %

2017/2013**

2017 (lugares)

2017/2013

(lugares)

ANO 2011 (liberal-populista)

29,6%

+10,9

78 lugares

+31

ODS (conservador eurocético)

11,3%

+ 3,6

25 lugares

+ 9

PIRÁTI (libertário)

10,8%

+ 8,1

22 lugares

+22

SPD (extrema-direita)

10,6%

+3,7*

22 lugares

+8*

KSČM (comunista)

7,8%

- 7,1

15 lugares

-18

ČSSD (social-democrata)

7,3%

-13,1

15 lugares

-35

KDU-ČSL (democrata-cristão)

5,8%

- 1,0

10 lugares

- 4

TOP 09 (conservador, pró-UE)

5,3%

- 6,7

7 lugares

-19

STAN (liberal-conservador, municipalista)

5,2%

+ 5,2

6 lugares

+ 6

Outros

6,3%

- 3,6

 

 

* A comparação é feita com o ÚSVIT, partido formado pelo atual líder do SPD, Tomio Okamura. Este, e a maioria do seu grupo parlamentar, abandonou o partido e formou o SPD. Do ponto de vista ideológico, são praticamente idênticos.

** Comparações dos resultados destas eleições com as de 2013, em percentagem.

*** Comparações dos resultados destas eleições com as de 2013, em lugares.

A abstenção foi de 39,2%, menos 1,3% que há quatro anos atrás.

Texto de Jorge Martins, publicado na sua página no facebook

 

Jorge Martins
Sobre o/a autor(a)

Jorge Martins

Professor. Mestre em Geografia Humana e pós-graduado em Ciência Política. Aderente do Bloco de Esquerda em Coimbra
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