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Espanha: Greve de taxistas estende-se às mais importantes cidades

Os taxistas de Barcelona e de Madrid estão em greve por tempo indeterminado, pela limitação de licenças para veículos tipo Uber e Cabify. Nesta segunda-feira, a greve estende-se às principais cidades de Espanha e mantém-se face à falta de acordo com o Governo.
Centenas de táxis ocuparam a Gran Via, em Barcelona, 29 de julho de 2018 – Foto de Alejandro Garcia/Epa/Lusa
Centenas de táxis ocuparam a Gran Via, em Barcelona, 29 de julho de 2018 – Foto de Alejandro Garcia/Epa/Lusa

Caos do trânsito em Barcelona

A greve dos taxistas começou na passada quinta-feira, 26 de julho, em Barcelona com a exigência de limitação das licenças para veículos de transporte automóvel de passageiros, tipo Uber e Cabify, licenças VTC. Segundo os taxistas, havia um acordo no sentido de ser passada uma dessas licenças por cada 30 licenças de táxi, no entanto esse acordo não está a ser cumprido.

Entretanto, em Barcelona a presidente da Câmara, Ada Colau, propôs que na cidade para os veículos tipo Uber e Cabify fosse necessária uma licença camarária, para além da licença VTC. A proposta de Ada Colau foi aprovada com a abstenção de PP e Ciudadanos e o voto favorável dos restantes partidos. Porém, na passada sexta-feira, 27 de julho, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) decidiu suspender a decisão da Câmara de Barcelona.

Com a decisão do TSJC, a situação radicalizou-se, os taxistas entraram em greve por tempo indeterminado e a cidade ficou bloqueada com os taxistas parados em artérias centrais.

Protesto estende-se a Madrid e a outras cidades

No sábado, os taxistas de Madrid concentraram-se para decidir o que fazer e decidiram também entrar em greve por tempo indeterminado.

Os transportes na capital tornaram-se também caóticos, perante as ações dos taxistas em vias centrais, junto ao aeroporto de Barajas e na estação de Atocha.

Para além das concentrações, os taxistas têm realizado marchas-lentas e outras ações. Até agora, verificaram-se poucos confrontos com motoristas que trabalham para a Uber e a Cabify.

Nesta segunda-feira, as paralisações, marchas e outras ações de protesto devem estender-se a cidades como Málaga, Saragoça, Sevilha, Valência, Alicante e a várias cidades de Euskadi, Baleares e La Rioja.

Os taxistas de Barcelona ameaçam fechar a fronteira entre Espanha e França, caso a situação se mantenha.

Principais reivindicações e reunião com o governo de Madrid

O movimento de protesto tem duas reivindicações:

  • limitação das licenças VTC, tipo Uber e Cabify
  • licenças dependentes de decisão das comunidades autonómicas.

Para as 12 horas desta segunda-feira está marcada uma reunião em Madrid entre o governo e representantes dos taxistas. Caso não haja acordo, os protestos poderão alargar-se ainda mais e radicalizar-se.

Os taxistas decidiram também, em Saragoça e noutras cidades, instituir serviços mínimos para várias situações, nomeadamente para veículos adaptados a transporte de pessoas com deficiência.

Este domingo, 29 de julho, o portavoz de Elite Taxi, Alberto Álvarez, declarou à comunicação social, segundo eldiario.es, que têm duas reivindicações a apresentar ao governo na reunião desta segunda-feira: “a blindagem da licença urbana tem que sair na próxima sexta-feira no Conselho de Ministros por decreto lei e, por outro lado, a transferência de competências para as Comunidades Autónomas”.

Alberto Álvarez disse que se essas duas reivindicações forem aceites o conflito terminará, mas em caso contrário cortarão a fronteira norte em colaboração com os camionistas. Poderão também fazer o mesmo em relação ao porto de Barcelona.

Alberto Álvarez disse também ter recebido o apoio de muitas organizações, sobretudo do setor de autónomos, de estivadores, pensionistas e também internacionais, nomeadamente de um sindicato de táxis de Nova York.

Greve mantém-se perante falta de acordo com o Governo de Madrid

Não houve acordo nas negociações que se realizaram, nesta segunda-feira, entre os representantes dos taxistas e o governo de Espanha, pelo que a greve dos taxistas vai continuar, em Barcelona, Madrid e outras importantes cidades.

Ada Colau, presidente da Câmara de Barcelona, pede ao governo de Pedro Sánchez do PSOE que “seja coerente”, com o que os socialistas catalães votaram na Área Metropolitana de Barcelona.

Segundo o El Pais, a presidente da Câmara de Barcelona declarou que, em relação a Barcelona, o Governo “tem a chave para desbloquear a greve com um decreto de lei, acrescentando um parágrafo na Lei dos Transportes estatal que explicite que reconhece a competência metropolitana local fazer a regulação urbana”.

Notícia atualizada na segunda-feira, 30 de julho, às 16.45h.

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