Em Covas do Barroso centenas acampam contra a mina de lítio

08 de agosto 2025 - 11:25

Pela quinta vez, ativistas de todo o país encontram-se com a população que resiste à multinacional mineira Savannah.

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Covas do Barroso em luta contra a mina de lítio.
Covas do Barroso em luta contra a mina de lítio. Foto Unidos Em Defesa de Covas do Barroso.

Começa esta sexta-feira e termina no domingo. Pela quinta vez, acampa-se na aldeia de Covas do Barroso, no concelho de Boticas, contra a mina de lítio que a multinacional Savannah pretende instalar na região com o apoio do governo.

A organização é da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso e Diogo Sobral, um dos elementos desta organização, explica à Rádio Montalegre que esta será “mais uma das frentes da luta da população local contra um projeto que não aceita e que lhe está a ser imposto”.

Trata-se de uma luta que “já leva oito anos e que continua viva porque é justa e necessária”, insiste. E esta ação em particular que integra conversas, passeios, concertos e momentos de convívio, tem contado com centenas de participantes “vindos de todo o país” nas edições anteriores. Nesta assim o será também.

O ativista sublinha que este ano o acampamento ganha especial relevância por a empresa ter ativado o mecanismo da “servidão administrativa” para “forçar o acesso aos terrenos das pessoas contra a sua vontade, com respaldo do Estado” de forma a fazer prospeções.

Ao Jornal de Notícias, acrescenta que “tudo indica” que as máquinas que têm estado paradas “vão voltar” e “vão querer continuar a avançar com os trabalhos de prospeção até ter esta primeira fase completa”. Para além disso, “entrou também já um segundo pedido de servidão administrativa para outros terrenos. Ainda está em período de avaliação e já foi contestado pela nossa parte”.

Explica ainda que “à boleia desta servidão administrativa veio um conjunto de violências e de abusos de várias ordens”: “tivemos várias vezes a empresa a trabalhar em terrenos fora do que era a área de concessão da servidão. E principalmente um cenário que tem sido de grande desconforto e insegurança aqui para os residentes locais, a presença 24 horas por dia de segurança privada, nas aldeias, nos montes, num contexto que é lido como uma forma de intimidação”.

Para a organização, a acampada “ajuda a tornar este apoio mais íntimo, mais humano e a dar cara e humanidade às pessoas que estão a resistir” e, para além disso é “uma oportunidade de falar e de mostrar as gentes daqui, as paisagens, os modos de vida”.