Twitter de Elon Musk avisa trabalhadores de futuro difícil
Desde que Elon Musk comprou o Twitter, várias empresas deixaram de querem usar a rede social para ter os seus anúncios publicitários. Estima-se que estes representem cerca de 90% da sua receita, causando perdas sucessivas de quatro milhões de dólares por dia.
Nas últimas duas semanas, demitiu cerca de metade dos trabalhadores (mais de 3.700) incluindo executivos, e assumiu o cargo de CEO. Recentemente, parece ter recuado parcialmente com a demissão de dezenas, após ter percebido necessitar da experiência acumulada desses funcionários.
Já esta quarta-feira, Musk avisou os seus trabalhadores que se devem preparar para “tempos difíceis” e que novas regras de trabalho vão entrar em vigor. O teletrabalho passa a ser apenas possível por autorização direta do próprio, esperando-se que os funcionários estejam no escritório pelo menos 40 horas por semana, podendo haver semanas até 80 horas.
Definiu ainda que “nos próximos dias, a prioridade absoluta é encontrar e suspender quaisquer bots/trolls/spam de contas verificadas”.
Meta de Mark Zuckerberg avança com maior despedimento da história da empresa
Também esta quarta-feira, Mark Zuckerberg avisou a equipa da Meta, empresa detentora do Facebook, Instagram e WhatsApp, que 11.000 funcionários seriam despedidos. Este foi o maior despedimento da história da empresa e representa um corte de 13% da força laboral. A decisão foi justificada pelo facto do crescimento da receita durante o período da pandemia não ter sido sustentado, com reduções dos anúncios e do comércio online (E-commerce).
Para além das quebras nas receitas, a cada vez maior consolidação de mercado do TickTok, rival direto, e uma certa desconfiança da futura rentabilidade do projeto do metaverso, levaram os investidores a retirar 89 mil milhões de dólares da capitalização da Meta.
Tendência generalizada para os grupos Big Tech
Segundo o Financial Times, as gigantes tecnológicas estão a ser confrontadas com uma contração generalizada das receitas de anúncios nas suas plataformas. A razão mais óbvia é por as empresas, num contexto de alta inflação e custo de financiamento, estão a cortar o seu orçamento para campanhas publicitárias. Outros fatores incluem o desenvolvimento de publicidade direcionada em plataformas de comércio online como a Amazon e Walmart, ou o crescimento na Apple Store e em plataformas de gaming.
O peso destas perdas está a ser passado aos trabalhadores com grandes cortes no pessoal. De acordo com o site Layoffs.fyi, houveram mais despedimentos nos primeiros nove dias de novembro do que em qualquer mês de 2022.