Na véspera do debate, na Assembleia da República, da moção de censura ao Governo, o Bloco de Esquerda realiza um comício em Lisboa, na Casa do Alentejo.
A moção de censura apresentada pelo Bloco de Esquerda (leia texto na íntegra), refere que “o emprego e o salário têm sido destruídos pela cruel insensibilidade social que corrói a economia em nome da ganância financeira” e propõe uma “ruptura democrática” que combata o desemprego e a precarização.
A moção denuncia também a “chantagem dos mercados financeiros, incluindo da finança portuguesa”, mas condena a resposta do Governo à pressão financeira que favoreceu “a finança ao agravar a transferência dos salários e dos impostos para os juros e, ainda, permitindo que os grandes bancos privados não paguem o IRC de lei”.
Perante “uma governação desgastada, que foge à responsabilidade, cultiva o favorecimento e provoca o apodrecimento da decisão política”, a moção de censura aponta que se exige “um novo caminho, com uma viragem da política económica para o combate à recessão”.
Sublinhando que o Governo tem sido “suportado por uma grande maioria parlamentar nas mais importantes decisões económicas”, pelas bancadas do PS e do PSD, o Bloco salienta que essa política “não responde às grandes prioridades nacionais” e “antes agrava as condições do trabalho para facilitar os despedimentos e portanto os salários baixos, seguindo a orientação do FMI”.
Considerando que a política do Governo “agrava as desigualdades na sociedade portuguesa”, a moção de censura conclui que é “imperativo, em nome de uma política que se comprometa com a defesa das gerações sacrificadas, derrotar as medidas que promovem o desemprego e a precariedade e convocar a democracia para que decida as soluções para o país”.