“É urgente investir na ferrovia”

“Serviços públicos em todo o território”

A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve presente, nesta sexta-feira, na inauguração da sede do Bloco de Esquerda, assim como o deputado Pedro Soares, eleito pelo distrito de Braga.

Na sua intervenção, Catarina Martins referiu que foi em Fafe que o Bloco de Esquerda começou a discutir a reforma florestal e a proposta bloquista para combater o eucalipto, “dar valor à floresta autóctone, à diversidade” necessária e essencial para proteger o país e dar segurança às populações.

A dirigente bloquista salientou também que “é importante que no momento do debate do orçamento do Estado” se olhe para o interior, sublinhando que sem capacidade de investimento nos serviços públicos em todo o território, todo o discurso sobre o interior será “vazio”.

“É através dos serviços públicos, é através dessa presença que é essencial às populações, que se garantem as condições de cidadania e as condições da economia” no interior, frisou Catarina Martins.

“Urgência de investir na CP”

A coordenadora do Bloco de Esquerda criticou também a destruição de tanta ferrovia, “o transporte coletivo que é o mais capaz, ambientalmente mais responsável, que tem um tipo de energia que exige menos importações, melhor faz à nossa economia”.

"Aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a dizer é que é urgente investir na CP. É, aliás, para nós difícil de explicar, e eu julgo que é a essa pergunta a que o Governo tem que responder, é como é que depois de há um ano, e nomeadamente no diálogo com os sindicatos, ter sido decidido uma série de investimentos e de reforços, que esses investimentos não tenham existido", afirmou a coordenadora bloquista.

Catarina Martins criticou ainda a direita, que quer privatizar, realçando que “é importante dizer que a CP está mal, mas a solução não será a concessão a privados, que só deu asneira”. “É preciso investimento público”, realçou de novo.

“É preciso mais poder para as populações”

Na sua intervenção, o deputado Pedro Soares afirmou que “com PS e PSD não há efetiva descentralização” e defendeu que a descentralização “passa por criação de órgãos regionais, órgãos com legitimidade democrática própria”, que “não é aquilo que eles estão a pensar fazer, que é as atuais comissões intermunicipais (as CIM) terem cada vez mais poder, nomeadamente ao nível dos fundos europeus que são fundamentais em termos de investimento público nestas áreas do interior”.

Pedro Soares afirmou também que “Fafe para nós tem um outro simbolismo”, pois “foi aqui em Fafe que, pela primeira vez, o Bloco fez um debate público com a população” sobre a proposta de criação das unidades de gestão florestal. “É fundamental que, nesta regiões, nós consigamos mobilizar as populações, as autarquias, toda a gente, em defesa da floresta autóctone, que não é daquela floresta que serve apenas para engordar as celuloses”.