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É preciso que o Governo tenha "tolerância zero" para crimes de ódio
Mariana Mortágua reagiu esta quinta-feira à investigação feita pelo consórcio de jornalistas de investigação sobre os cerca de 600 agentes apanhados a cometer crimes nas redes sociais. Para ela, "todos compreendemos que agentes das forças de segurança que cometem crimes põem em causa a dignidade e a credibilidade das próprias forças de segurança".
Assim, os "crimes de ódio, de incitamento à violência, de racismo devem ser combatidos e não podem ser tolerados nas forças de segurança portuguesas".
A confirmarem-se as denúncias, crê, "estamos perante um problema grave e estrutural de infiltração da extrema-direita, do seu discurso de ódio e de violência nas forças de segurança em Portugal".
Ressalvando que a "maioria das forças de segurança não são racistas, não cometem crimes", a deputada considera ainda assim que isto aponta para um "problema estrutural que tem de ser resolvido de forma estrutural". Lembram-se os relatórios internacionais onde "Portugal tem sido apontado" devido a "este problema de violência, de racismo, de ódio nas forças de segurança".
Para além das medidas estruturais necessárias, Mariana Mortágua defende ainda que "o Governo tenha tolerância zero relativamente a este tipo de crimes" e que "quem pratica crimes sendo um agente de segurança, ainda mais crimes de ódio, é importante garantir que é retirado das forças de segurança".
O assunto é visto pelo Bloco como "preocupante", pelo que "merece explicações por parte do ministro da Administração Interna" que deverá dizer "o que é que pretende fazer para lidar com este problema". Por isso, o partido entregou no Parlamento um pedido de audição a este governante.
Questionada sobre a posição do líder do partido de extrema-direita, Chega, sobre esta questão, a dirigente bloquista afirmou que "a posição de André Ventura é da maior hipocrisia" porque este "pertenceu à direção do PSD quando o governo do PSD/CDS cortou nos direitos e no salário de todas as forças de segurança e dos polícias". Para além do mais, xenofobia, racismo e violência "não são formas de reivindicação política" mas crimes e defendê-las "não é defender as forças de segurança". Pelo contrário, é combatendo-as que se contribui para a "credibilidade e a dignidade das próprias forças de segurança", insiste a deputada bloquista.
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