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Doclisboa’23 arranca esta quinta-feira

Programação conta com 250 filmes de 42 países, entre eles 35 estreias mundiais e 39 filmes portugueses. Questões laborais, guerras passadas e guerra atual na Ucrânia, música, dança, o interior do cérebro humano, os arquivos do cinema ou a crise da habitação são alguns dos temas em destaque.
Cartaz do Doclisboa 2023.

O Doclisboa’23 decorre entre 19 e 29 de outubro nas salas habituais do festival: Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema e Cinema Ideal. A programação conta com 250 filmes de 42 países, entre eles 35 estreias mundiais e 39 filmes portugueses (ver programação completa).

De acordo com a sua organização, o festival viaja ao interior do cérebro humano pela lente de Werner Herzog (Theater of Thought) e pelas questões prementes do trabalho em The Liberated Broom, Listen to the Story I Was Told, de Coline Grando; mergulha nas memórias de guerras passadas e na guerra actual na Ucrânia (Vyrai, Magdalena Mistygacz, Jakub Stoszek; Waking Up in Silence, Mila Zhluktenko, Daniel Asadi Faezi); nos arquivos do cinema (The Cemetery of Cinema, Thierno Souleymane Diallo), na música (Lovano Supreme, Franco Maresco; Peter Doherty: Stranger in My Own Skin, Katia deVidas) e na dança (Seven Jereles, Pedro G. Romero, Gonzalo García Pelayo).

A programação integra ainda inúmeras obras que “espelham o diálogo permanente entre passado e futuro que caracteriza o cinema”.

Man in Black, de Wang Bing, abrirá a edição deste ano do Doclisboa. Na conferência de imprensa de apresentação do festival, Wang Bing falou um pouco sobre o filme, que nos transporta para a vida de Wang Xilin, de 86 anos, um dos compositores clássicos contemporâneos mais importantes da China.

“Em primeiro lugar interessava-me este homem, esta personagem, conhecemo-nos há 20 anos, gosto muito do seu trabalho enquanto compositor. Mas não podemos separar a sua música e a sua experiência pessoal da história da China, está tudo conectado com a realidade política. (…) Falei a Wang Xiling de fazer um filme [Man in Black] sobre ele em Paris, tinha esta visão dele nu em frente da câmara [num teatro vazio]. A estrutura do teatro é muito bonita, impressionou-me, e se o olharmos de cima parece mesmo um antigo túmulo de um imperador da China.”
Wang Bing 

No encerramento do Doclisboa, Leonor Teles traz-nos o seu filme Baan:

“Tentámos que Baan fosse um retrato desta geração de jovens que estão a tentar viver nesta Lisboa bastante caótica e difícil, e de como é que continuamos a viver sentindo que os desafios que temos agora são bastante diferentes daqueles que a geração dos meus pais, por exemplo, enfrentou.”
Leonor Teles

Competição Internacional inclui 13 filmes de cinco continentes, seis dos quais estreias mundiais, cinco estreias internacionais e duas estreias europeias. Já a Competição Portuguesa integra nove filmes, sete em estreia mundial, que nos revelam “movimentos que atravessam as fronteiras do país e os tempos do agora”.

A secção Terra à Lua é composta por 23 obras, através das quais viajamos, por exemplo, para a realidade das juntas militares da última ditadura argentina, da comunidade algarvia da ilha da Culatra nos anos 1970, ou da guerra civil do Líbano. O Doclisboa conta ainda com 21 filmes na secção Heart Beat, que traçam “um panorama musical que é uma mistura única e pulsante de expressões artísticas através do cinema”.

Na secção Riscos, encontramos filmes de Mika Taanila, Paula Gaitán, Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi, Edgar Pêra, Masao Adachi, Luciana Fina, Peter Schreiner ou do colectivo Terrorismo de Autor. Shadowboxing é uma novidade desta edição, com curadoria de Cíntia Gil e de Jean-Pierre Rehm.

Dedicada aos jovens realizadores contemporâneos, a secção Verdes Anos inclui 19 estreias provenientes de 15 países e ainda a colaboração com a Universidade de Artes de Helsínquia.

O programa educativo abcDoc e o Nebulae, programa “dedicado à indústria e ao networking no festival”, completam a programação do Doclisboa.

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