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Dezenas de mortos nos Himalaias em confronto fronteiriço entre China e Índia
São duas potências nucleares e disputam um pedaço de território. Mas as armas encontradas pelos soldados indianos e chineses para se defrontarem foram bastões com pregos espetados e pedras. Segundo fontes oficiais, das escaramuças resultaram pelo menos vinte mortos do lado indiano e um número não confirmado do lado chinês, que os meios de comunicação social dizem ser pelo menos 45 entre mortos e feridos.
Esta terça-feira ficou marcada por enorme violência numa recôndita zona não habitada do vale de Galwan, na fronteira dos Himalaias entre a região de Ladakh na Índia e Aksai Chin na China, tomada em 1962 ao país vizinho no decurso de uma guerra.
De um lado e do outro o discurso é semelhante: ambos os governos juram querer a paz, ambos dizem que houve provocações do lado contrário. O primeiro-ministro nacionalista hindu, Narendra Modi, declarou que “nunca provocamos ninguém” e que “não deve haver dúvidas que a Índia quer paz, mas se provocada vai dar uma resposta apropriada”.
A história do que aconteceu é que é diferente. O governo indiano diz que no decurso de um encontro que tinha como objetivo reduzir as tensões, começou uma briga entre os dois lados. O coronel que comandava as tropas indianas terá sido dos primeiros a ser atingido e morto.
O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, conta uma história diferente: foram os soldados indianos que “atravessaram a linha de fronteira, agiram ilegalmente, provocaram e atacaram os chineses, o que resultou num conflito físico sério e em feridos e mortos.” A China garante que a situação está controlada na fronteira e quer que os responsáveis pelos conflitos sejam punidos.
Os ecos foram igualmente muito diferentes. Se na Índia o incidente incendiou os ânimos, com editoriais explosivos, manifestações, discursos acalorados da oposição, promessas de vingança e apelos a retomar o território perdido, do lado chinês passou quase despercebido nos meios oficiais de comunicação social.
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