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"Desrespeito por quem trabalha é dos piores problemas que o nosso país tem"

Catarina Martins encontrou-se com os trabalhadores da Siaco que na segunda-feira foram surpreendidos com o fecho da fábrica de São João da Madeira, sem explicações dos patrões nem forma de aceder ao subsídio de desemprego.
Catarina Martins e José Soeiro esta terça-feira à porta da Siaco, em São João da Madeira. Foto Esquerda.net

Catarina Martins interrompeu o calendário das jornadas parlamentares do Bloco nos distritos de Aveiro e Viseu para se encontrar na manhã desta terça-feira com os trabalhadores da Siaco à porta da empresa, em São João da Madeira. Os cerca de cem trabalhadores encontraram as portas da fábrica de componentes de calçado encerradas na segunda-feira e não tiveram qualquer explicação por parte dos donos da empresa, nem sequer a carta que lhes permite aceder ao subsídio de desemprego.

"A empresa não informou os trabalhadores de nada, simplesmente a porta está fechada. Há pessoas que trabalham aqui há mais de 40 anos, há casais em que os dois trabalham aqui. Décadas e décadas a trabalhar nesta fábrica e os patrões decidem fechar a porta e fugir e nem sequer lhes dão um papel para o subsídio de desemprego", afirmou Catarina Martins aos jornalistas, concluindo que "este desrespeito por quem trabalha é absolutamente inaceitável e é dos piores problemas que o nosso país tem".

"Os patrões desta empresa, que deixam aqui os trabalhadores ao frio à porta sem saberem sequer como é que vão pagar as contas deste mês, seguramente não ganham o salário mínimo nacional e tudo o que eles têm foi produzido por quem está aqui à porta", prosseguiu a coordenadora bloquista, informando que além do contacto com a Autoridade para as Condições do Trabalho, o Bloco também questionou na segunda-feira o Governo sobre esta situação.

"Quem ganha o salário mínimo nacional, com a inflação que nós temos e as prestações das casa a disparar, não aguenta ficar o mês de fevereiro sem receber nada. Precisamos de responsabilizar estes patrões, mas também é preciso que a Segurança Social aja depressa para que as pessoas tenham apoio e os seus direitos", defendeu Catarina, acrescentando que o "subsídio de desemprego não é nenhum favor que se faz a esta gente, que trabalhou muito e tem os seus direitos".

A situação dos trabalhadores da Siaco é mais um exemplo do abuso patronal do setor do calçado e para a coordenadora do Bloco "um país não pode tolerar os patrões terem um absoluto desrespeito pelos seus trabalhadores".

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