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Deputado do Bloco de Esquerda expulso de sessão pública da Assembleia Municipal do Porto
A Assembleia Municipal do Porto expulsou o deputado municipal Pedro Lourenço por este estar a filmar uma intervenção de outra representante eleita do Bloco de Esquerda. Para além disso, foi impedida a entrada na sala da deputada Maria Manuel Rola, o que é ilegal. O partido já fez saber que irá apresentar uma queixa ao Ministério Público sobre este facto.
Susana Constante Pereira, também deputada municipal eleita pelo Bloco de Esquerda, estava a intervir quando Pedro Lourenço começou a filmar o discurso. Foi então que um funcionário camarário lhe pediu para parar de filmar, ordem que o deputado municipal recusou.
"O presidente da Assembleia Municipal deu ordem de expulsão e chamou a Polícia Municipal para me tirar da sala por eu estar a filmar a intervenção da Susana Constante Pereira", disse o deputado do Bloco à agência Lusa.
“É uma sessão pública e eu recusei a ordem para parar de filmar", explicou. Ao recusar-se a interromper a gravação, um agente da Polícia Municipal obrigou o deputado a sair da sala onde decorre a sessão da Assembleia Municipal do Porto.
Protesto contra despejo de mãe e filhos
Na sua intervenção, Susana Constante Pereira falava sobre o despejo de Joana Pacheco, recentemente despejada com os seus dois filhos menores de uma casa na Ribeira, Porto. Ao mesmo tempo, decorria à entrada da Câmara Municipal do Porto uma manifestação de solidariedade com Joana. Os manifestantes querem que a Câmara Municipal encontre “uma solução” para esta mulher e os seus filhos.
Susana Constante Pereira explicou ao esquerda.net que, para além da expulsão de Pedro Lourenço, a autarquia proibiu ainda a entrada a várias pessoas que desejavam assistir à sessão pública da Assembleia Municipal. Entre elas encontrava-se Maria Manuel Rola, deputada à Assembleia da República. Porém, existiam vários lugares livres na sala onde decorria a sessão. Para Susana Constante Pereira, esta situação é a "perfeita ilustracao do que ss passa com a democracia e os direitos" na cidade do Porto gerida por Rui Moreira.
Na Assembleia Municipal falou-se da censura no Rivoli e do "despejo em condiçoes atrozes de uma moradora de uma casa de habitação social da Câmara [Joana Pacheco]" enquanto que, ao mesmo tempo, "se ouvia na sala a manifestação que decorria lá fora em que se pedia precisamente a solução para este despejo desta moradora", explicou.
Salas de consumo assistido
Ainda na sessão pública da Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda voltou a questionar o executivo camarário sobre a implementação de salas de consumo assistido na cidade.
Susana Constante Pereira lembrou ao esquerda.net que já passaram dois meses desde que o vereador responsável pela pasta no executivo portuense disse publicamente que não seria pelo impasse com o Governo que as salas de consumo assistido não avançariam. Porém, até ao momento não há qualquer avanço ou informação sobre o que está a ser feito.
"Cada dia e cada hora contam" no que diz respeito à garantia de segurança e respeito pela dignidade pelas pessoas que utilizam drogas na cidade "e a Câmara do Porto não concretiza" aquilo com que se comprometeu.
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