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CUP lança aviso ao governo da Catalunha

Em vésperas de debate orçamental, o partido anticapitalista e independentista catalão aprovou uma moção reclamando a sua “libertação” do acordo que suporta a maioria parlamentar e exigindo mais passos no sentido da rutura com Espanha.
Assembleia Nacional da CUP juntou 600 militantes este fim de semana. Foto CUP/Twitter

Quase cinco meses após a assinatura do pacto entre a CUP e o Junts pel Sí – coligação entre o centro-direita do CDC e a Esquerda Republicana Catalã –, a moção aprovada este fim de semana na assembleia nacional da CUP defende que não foram dados suficientes passos para acelerar o processo de independência da Catalunha, tal como previsto no roteiro acordado entre os partidos que a defendem. “Junts pel Sí tem de pôr as pilhas”, afirmou Xevi Generó, porta-voz do partido.

“Só nos sentimos vinculados à declaração de 9 de novembro [quando o parlamento catalão aprovou uma declaração de independência negociada entre CUP e a coligação Junts pel Sí]”, afirmou Generó, sublinhando que a base do processo independentista é essa declaração, e não o acordo de investidura de 9 de janeiro, em que a CUP decidiu viabilizar o governo liderado por Carles Puigdemont (CDC).    

A CUP reclama ainda um referendo unilateral sobre a independência, depois do governo ter acatado a ordem do Tribunal Constitucional que o proibiu. Na resposta às críticas dos anticapitalistas, o antigo chefe de governo e da CDC, Artur Más, propôs a realização de novas eleições plebiscitárias catalãs, em que se contem os votos em vez dos deputados. “É como um referendo feito com os instrumentos que podemos usar”, argumentou o ex-governante afastado por imposição da CUP após as últimas eleições, por estar associado às políticas de austeridade.

O atual candidato da CDC às eleições espanholas de 26 de junho reagiu às ameaças da CUP pedindo mais confiança. “Conquistar a independência de um país não é simples e não se faz com marcações, mas sim com um clima de confiança”, afirmou à TV3.

Pelo lado da esquerda republicana, Oriol Junqueras não leu na moção da CUP um anúncio de rutura e afirmou que aquele partido ainda é o parceiro preferido para negociar os orçamentos do atual governo. “A primeira escolha é tentar aprová-los com eles. E estou convencido de que são um parceiro fiável”, garantiu o líder da ERC, afastando o cenário de novas eleições depois do verão.

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