Sindicatos

Conselheiros da CGTP contra afastamento de organizações do desfile do 1º de Maio no Porto

06 de maio 2024 - 21:35

Numa carta, seis membros do Conselho Nacional demarcam-se “completamente” da situação, dizem-se contra a “atitude sectária” e defendem “um grande 1º de Maio, onde são bem-vindas todas as organizações que partilham connosco causas comuns, como eram aquelas que foram impedidas de se juntarem à manifestação no Porto”.

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Polícia foi chamada para afastar manifestantes no 1º de Maio da CGTP no Porto.
Polícia foi chamada para afastar manifestantes no 1º de Maio da CGTP no Porto. Foto Esquerda.net

Um grupo de seis membros do Conselho Nacional da CGTP enviou uma carta aos órgãos dirigentes da central sindical este fim de semana a criticar o afastamento do desfile do 1º de Maio no Porto de várias organizações.

O Jornal de Notícias cita o documento no qual se descreve que “organizações feministas, a Juventude Operária Católica, sindicatos independentes (na área dos call centres e dos outsourcings), o movimento Habitação Hoje, movimentos contra a ocupação da Palestina, além de partidos políticos de esquerda” foram confrontados com a colocação de agentes das Equipas de Prevenção e Reação Imediata trazidos por um elemento da CGTP para criar uma “barreira”, no que é considerado um “ato claramente intimidatório”, “entre o último sindicato da CGTP/Movimento Unitário e os outros movimentos progressistas que estiveram na manifestação do 1 de Maio”.

Isto criou um “espaço de dezenas de metros, em todo o percurso do desfile, entre o último sindicato da CGTP e restantes manifestantes, que eram várias centenas, evitando assim que os movimentos, associações, sindicatos e partidos estivessem no seguimento da manifestação do 1 de Maio”.

Os signatários são Sónia Ribeiro, João Pedro Silva, Nelson Silva, Paulo Gonçalves, Paulo Ricardo e Pedro Ramos. Invocam a sua condição de conselheiros nacional para se demarcarem “completamente” desta atitude de responsáveis da CGTP no Porto. Afirmam querer “um grande 1º de Maio, onde são bem-vindas todas as organizações que partilham connosco causas comuns, como eram aquelas que foram impedidas de se juntarem à manifestação no Porto”.

Pedem ainda que “se apure com rigor e verdade” o sucedido, estando contra "a atitude sectária que afastou ou deixou afastar este conjunto de movimentos e alguns partidos” que tinham ido celebrar o o Dia do Trabalhador junto com os sindicatos da central sindical.

Contactado por aquele jornal, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou que a organização sindical está a tentar perceber o sucedido. O dirigente sindical terá afirmado ainda, segundo o jornal, que antes da receção do documento “não soube de qualquer situação anómala registada no desfile do 1º de Maio, no Porto”.