Um grupo de seis membros do Conselho Nacional da CGTP enviou uma carta aos órgãos dirigentes da central sindical este fim de semana a criticar o afastamento do desfile do 1º de Maio no Porto de várias organizações.
O Jornal de Notícias cita o documento no qual se descreve que “organizações feministas, a Juventude Operária Católica, sindicatos independentes (na área dos call centres e dos outsourcings), o movimento Habitação Hoje, movimentos contra a ocupação da Palestina, além de partidos políticos de esquerda” foram confrontados com a colocação de agentes das Equipas de Prevenção e Reação Imediata trazidos por um elemento da CGTP para criar uma “barreira”, no que é considerado um “ato claramente intimidatório”, “entre o último sindicato da CGTP/Movimento Unitário e os outros movimentos progressistas que estiveram na manifestação do 1 de Maio”.
Isto criou um “espaço de dezenas de metros, em todo o percurso do desfile, entre o último sindicato da CGTP e restantes manifestantes, que eram várias centenas, evitando assim que os movimentos, associações, sindicatos e partidos estivessem no seguimento da manifestação do 1 de Maio”.
Os signatários são Sónia Ribeiro, João Pedro Silva, Nelson Silva, Paulo Gonçalves, Paulo Ricardo e Pedro Ramos. Invocam a sua condição de conselheiros nacional para se demarcarem “completamente” desta atitude de responsáveis da CGTP no Porto. Afirmam querer “um grande 1º de Maio, onde são bem-vindas todas as organizações que partilham connosco causas comuns, como eram aquelas que foram impedidas de se juntarem à manifestação no Porto”.
Pedem ainda que “se apure com rigor e verdade” o sucedido, estando contra "a atitude sectária que afastou ou deixou afastar este conjunto de movimentos e alguns partidos” que tinham ido celebrar o o Dia do Trabalhador junto com os sindicatos da central sindical.
Contactado por aquele jornal, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou que a organização sindical está a tentar perceber o sucedido. O dirigente sindical terá afirmado ainda, segundo o jornal, que antes da receção do documento “não soube de qualquer situação anómala registada no desfile do 1º de Maio, no Porto”.